Casos de dengue aumentam dez vezes em menos de 60 dias em Juiz de Fora
O serviço de fumacê, que passará em 40 bairro, pretende reduzir o números de infecções na cidade
Repórter
29/05/2015
Em menos de dois meses, Juiz de Fora teve um salto no número de casos confirmados de dengue. O último dado atualizado do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (DVEA) contabilizou um total de 1.186 registros. O número chega a dez vezes mais o valor computado até o início de abril, que não passava de 117 casos de infecção pelo mosquito Aedes aegypti. Para tentar minimizar o problema, há uma semana a Prefeitura de Juiz de Fora iniciou os trabalhos com os quatro carros de fumacê enviados pelo governo do Estado. O serviço de dedetização será realizado em 40 bairros, que apresentaram maiores índices de infestação no município, como Grajaú, Santa Cruz, Bela Aurora e Borboleta. (Confira a tabela abaixo com os dias e locais)
Conforme o coordenador geral do programa de Combate a Dengue e a Chikungunya, Juvenal Franco, todo o processo de fumacê deve ser concluído em dois meses. "A dedetização é uma ferramenta que mata o mosquito adulto. Conseguimos um resultado efetivo de até 60%, ajudando na diminuição dos casos de dengue. Mas não podemos fazer a aplicação com tempo chuvoso ou com muitos ventos, por isso pode acontecer atrasos. São seis ciclos de aplicação em cada bairro, sendo uma vez por semana", ressalta. A aplicação é feita de 5h às 9h, ou de 17h às 21h. Os agentes contam com a ajuda de carros de som que passam antes da ação pelos locais que serão alvo, informando os procedimentos corretos para que sejam obtidos os resultados desejados.
Enquanto o carro de fumacê passa pelas ruas, é indicado que os moradores abram portas e janelas para facilitar a entrada do inseticida nas residências. É importante evitar qualquer tipo de contaminação, tampando os alimentos. Após a passagem do fumacê, a orientação de Franco é para que os bebedouros dos animais domésticos sejam lavados com água e sabão e que as pessoas não se aproximem dos veículos durante a dedetização e não deixem os animais ao alcance do produto.
Mas, para combater o foco do mosquito, o melhor método é a antiga instrução de não deixar água parada. Outra ação das equipes de endemia é receber denúncias de possíveis focos do mosquito Aedes aegypti em vizinhos. Através do Disque Denúncia da Dengue, que é o 3690-7290, equipes da endemia vão até o imóvel e dão orientações. Os agentes também fazem a eliminação do depósito, com a aplicação do larvicida. "Recebemos reclamações de todos os bairros. Outros problemas são vistos em terrenos e casas abandonados, piscina mal cuidada, caixa d'água aberta e laje com água. Para os terrenos, só conseguimos entrar após autorização do proprietário, e caso haja foco, fazemos a aplicação do larvicida e coletamos amostra para teste em laboratório", explica Franco.
Projeto de lei
Ainda, para tentar inibir maior proliferação do inseto, um projeto de lei de autoria do vereador Chico Evangelista (PROS) quer tornar mais severa o descumprimento do acúmulo de lixo dentro de casa. Caso vire lei, os proprietários de bens móveis terão que pagar multa de R$ 700, em caso de localização de algum criadouro do mosquito.
O valor pode ainda ser dobrado em caso de reincidência. A penalidade só não será aplicada se o proprietário tomar as providências para erradicação do foco dentro do prazo estipulado pelos agentes de endemia. Agora o projeto segue para aprovação, ou não, do Executivo.
Falta exames na cidade
Conforme a farmacêutica bioquímica, Benigna Badaoro, os testes que confirmam a infecção por dengue já estão em falta no mercado, devido à alta procura. Ela conta que existem dois tipos de testes, que são o HNSI que detecta a presença do vírus no corpo do paciente. Ele tem resultado mais rápido, de no máximo quatro dias. Já o mais usado, que avalia o anticorpo é mais lento, sendo feito somente sete dias depois do aparecimento dos sintomas, que são febre, dor de cabeça, dor no corpo, manchas na pele e vômito. "Estamos com uma média de 120 exames por mês, sendo que no inverno, que é período de gripe, ficamos de dois a três meses sem fazer um teste. Muitas pessoas preferem o exame tradicional, pois os planos ainda não cobrem, por isso dele ainda encontramos", explica.
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A administradora Cleuza Machado teve dengue e conta que precisou de afastar do trabalho por dez dias para conseguir recuperar dos sintomas. "Sentia muita dor no corpo, na cabeça e olhos, além da febre alta. Depois de consultar, fiz o acompanhamento pelo posto de saúde próximo da minha casa. Fiz todo o tratamento com os líquidos para hidratar e também tomei remédio para febre e antialérgico. As manchas avermelhadas causavam muita coceira pelo corpo."
Conforme orientação do Ministério da Saúde, não existe tratamento para o combate do vírus, sendo que sua função é combater a desidratação e aliviar os sintomas. Para que isso aconteça é importante a hidratação com soro, água, chá e sucos, sendo que 1/3 do total deve ser com o soro caseiro, repouso e medicação que não contenha ácido acetilsalecílico para o controle da febre. Antiinflamatórios também são contraindicados, devido seu potencial hemorrágico.
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