Pressão alta é uma das doenças que mais mata no Brasil, afirma cardiologista

Quando um dos pais é hipertenso, o paciente tem 25% de chance de ter a doença, se forem os dois, ele terá 50%

Angeliza Lopes
Repórter
17/10/2015
saúde

O problema de hipertensão, mais conhecido como pressão alta, está associado diretamente às doenças cerebrovasculares, que são as principais causas de morte no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde (OMS). As pesquisas revelam que o perfil de mortalidade se modificou nos últimos anos, o que torna mais comum o aparecimento de doenças desta natureza em associação com a vida agitada dos centros urbanos, sedentarismo, estresse, alimentação desregrada e consumo exacerbado de fumo e bebidas alcoólicas. Todos os comportamentos citados são fatores naturais decisivos, segundo o supervisor da residência médica em cardiologia da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, José Resende de Castro Júnior, para o surgimento da hipertensão.

O cardiologista explica que a pressão arterial varia em determinadas situações do dia a dia, desde uma alimentação com muito ou pouco sal, grau de estresses, ansiedade e tensão, até se faz uso ou não do cigarro ou medicação. Todos são fatores que alteram e provocam uma variabilidade habitual da pressão arterial. "Podemos falar que uma pessoa tem pressão alta ou hipertensão quando a pressão se mantém, persistentemente, maior ou igual a 14/9. Este é o número mágico! Se tiver várias medidas no decorrer de 24 horas, persistindo estes valores, os mesmos mostram que você tem o problema", afirma.

Já as variações de pressão baixa não causam problemas ao paciente. Conforme Resende, a pessoa pode ter uma pressão de 9/6, e isso não causar transtorno. "Em determinadas circunstâncias pode ocorrer baixa oxigenação ou fluxo cerebral, causando desmaios. Isso deve ser tratado. Mas, a gente observa que o grande problema é a pressão alta".

A pressão alta é silenciosa mas pode causar vários problemas sérios à saúde, principalmente, na parte circulatória. Alguns ainda sentem dores na nuca e ligeira tontura, mas a maioria das pessoas não manifestam reação. "Muitos só ficam cientes quando medem a pressão durante um exame admissional, de rotina ou periódico de saúde. Por isso é chamada de assassina silenciosa".

De acordo com Resende, a doença causa lesões em órgãos alvo, como: coração, cérebro, olhos, rins e vasos sanguíneos. Quando se tem a pressão alta, o coração fica sobrecarregado, como é um músculo ele acaba trabalhando mais e pode ficar atrofiado, dilatado ou mais fraco. Já no cérebro, a hipertensão pode causar derrame, AVC e isquemia cerebral. Nos olhos pode provocar perda da visão, por hemorragia e edemas de papila e nos rins, casos mais extremos, a pressão alta pode provocar a perda da função renal, sendo que em muitas situações resultam na necessidade de diálise. Além de lesões vasculares, a hipertensão causa um desgaste nas paredes das artérias que facilita o acúmulo de gordura, levando o entupimento das coronárias, que pode levar a um infarto das carótidas e artérias cerebrais, causando a isquemia ou gangrena.

Alimentação e exercício físico

Existem algumas medidas que os profissionais da saúde indicam como fundamentais na ajuda ao controle da pressão. O principal é evitar o excesso do sal na alimentação. Normalmente, a dieta habitual do brasileiro tem cerca de 12g de sal, e é preconizado que deve ser reduzido para 5g. " Aconselho a não colocar saleiro à mesa, optar por alimentos menos salgados, como enlatados, e mesmo no preparo da comida, usar o mínimo de sal possível, utilizando outras alternativas de tempero como alho, cebola, cheiro verde que dão o sabor mas não prejudicam a saúde. Além disso, a pressão alta tem uma íntima relação com o aumento do peso. A medida que aumenta o peso, aumenta pressão. Por isso, uma das medidas para tentar reduzir é uma dieta hipocalórica", esclarece o cardiologista.

Além da dieta, o aconselhado é associar a rotina também a um exercício físico aeróbico, como: caminhada, esteira, bicicleta, natação. Eles ajudam no controle da pressão fora dos remédios.

Mais do que os fatores naturais que podem vir a causar o mal, a pressão alta é hereditária. Quando um dos pais é hipertenso, o paciente tem 25% de ter a doença, se forem os dois, ele terá 50% chance. E isto se manifesta especialmente depois dos 30 a 35 anos.

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