Novembro Azul sensibiliza homens para cuidados com a saúde
Além do maior consumo de bebida alcoólica, cigarro e má alimentação, a população masculina se envolve em mais acidentes de trânsito
Repórter
7/11/2015
Mais do que mobilizar homens quanto à prevenção contra o câncer de próstata, a campanha internacional 'Novembro Azul' pretende quebrar tabus com mudança de hábitos do público masculino em relação à saúde e o corpo. O foco da campanha da Secretaria de Saúde de Minas Gerais é exemplo desta ideia titulada como 'Saúde é Atitude', que busca prevenir, com a sensibilização da população para a importância do cuidado integral da saúde do homem, pensando também em ações de mobilização para a segurança no trânsito.
O urologista, Luiz Khoury José, reforça a necessidade destes cuidados, visto que, os homens, comparados com as mulheres, não têm uma cultura de realizar consultas periódicas e o mesmo zelo com a saúde. Como consequência, as doenças só são diagnosticadas após ocorrer complicações ou em um estágio mais avançado. "Os homens ainda possuem tabus para ir ao médico. As mulheres desde a adolescência já sabem que o ginecologista é o médico de referência e criam o hábito de realizar consultas de controle. Os homens crescem sem uma referência, medo, preconceito e sem informação", explica.
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Exemplo disso, são os casos que ele cita relacionados a problemas sexuais como ejaculação precoce, disfunção erétil e até fimose na vida adulta por não saberem que tais problemas podem ser tratados. Mas, estas ainda são questões que não possuem riscos agravantes, comparados ao câncer de próstata, que a única forma de atingir a cura é a descoberta precoce. "Os pais e avós devem começar dando exemplo aos futuros adultos. E isso se faz consultando anualmente o urologista, para que seja realizado o PSA (exame de sangue que avalia a próstata) e o exame de toque retal".
O urologista destaca que o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. Ele afirma que é importante ressaltar que a doença em sua fase inicial não possui sintomas, por isso a grande importância do controle anual com urologista. Em fase mais avançada pode produzir dificuldade para urinar ou sangramento na urina e dores ósseas. A forma de prevenir a doença avançada é fazendo o diagnóstico precoce, quando o tumor ainda é passível de cura
Outros cuidados
A campanha da SES-MG também avalia os hábitos de vida mais saudáveis. Segundo a superintendente de Atenção Primária à Saúde da SES-MG, Maria Aparecida Turci, é preciso incentivar os homens a darem atenção à própria saúde, adotando hábitos de vida mais saudáveis.
"Em geral, homens apresentam maior exposição às situações de risco para a saúde, como consumo de álcool, cigarro e má alimentação. Por isso, o objetivo da campanha é trabalhar as boas práticas de saúde de uma forma completa, incentivando a atividade física e controle do peso", explica.
De acordo com Maria Turci, os homens em geral vivem em média sete anos a menos do que as mulheres e, por acharem que nunca vão adoecer, acabam não cuidando da saúde. "Homens apresentam maior risco para doenças cardiovasculares, respiratórias, digestivas, cânceres, colesterol elevado, diabetes, pressão alta e tendência à obesidade. Por isso, manter hábitos de vida saudáveis, além de procurar os serviços de saúde frequentemente é fundamental", afirma.
Trânsito e trabalho
Além de todos os cuidados com a saúde, o homem também precisa estar atento aos comportamentos para sua segurança, principalmente, no trânsito. Em geral, os homens também se envolvem mais em acidentes de trânsito e situações de violência. A violência tem um impacto importante sobre a saúde dos homens em todo o mundo. Conforme dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de pessoas no país que se envolveu em acidentes de trânsito, com lesões corporais, foi de 3,1% em 2013. A proporção foi bem maior entre os homens (4,5%) do que entre as mulheres (1,8%). O levantamento foi realizado em convênio com o Ministério da Saúde.
A pesquisa mostrou, ainda, que os acidentes de trabalho ocorrem principalmente entre os homens. No total pesquisado em 2013, 3,4% informaram algum tipo de acidente de trabalho em 12 meses anteriores ao da apuração da pesquisa. Enquanto na população feminina esse percentual é de 1,9%, essa fatia soma 5,1% entre os homens.
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