Dia de combate à Hanseníase é lembrado em Juiz de Fora

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27/01/2016

Os profissionais da equipe de referência no combate à Hanseníase do Hospital Universitário (HU) realizam, durante a manhã desta quarta-feira, 27 de janeiro, uma ação para o Dia Mundial de Combate à Hanseníase, a ser lembrado no próximo domingo, 31. O evento acontece no corredor do andar térreo do PAM Marechal, localizado na rua Marechal Deodoro, e traz atividades educativas e esclarecimentos sobre a doença.

Responsável pela ação, a professora Cláudia Helena Cerqueira Mármora explica o que é a doença. "A hanseníase é uma doença dermato-neurológica, que afeta a pele e os nervos periféricos das mãos, braços, pés, pernas e na face. Ela causa, principalmente, muito mal estar, desconforto e incapacidades funcionais, já que pode deixar sequelas nas mãos e nos pés. Com a perda da sensibilidade e da força muscular, somadas as alterações da pele, essas partes do corpo ficam muito vulneráveis a ferimentos, queimaduras, que podem causar infecções. Em casos mais graves, pode levar à gangrena e à amputação", diz.

Cláudia lembra que a doença carrega um estigma muito grande. "No passado, a hanseníase era chamada de lepra. Hoje, estamos em um tempo em que existe tratamento. A doença mudou sua característica, e nós mudamos o status e a forma de lidar com ela, inclusive social. Antes não existia todas as formas de tratamento, e, principalmente, a cura. A remissão para essa doença tão devastadora e antiga precisa ser combatida", comenta.

De acordo com dados da Prefeitura de Juiz de Fora, nas ações do Pacto pela Saúde e no Plano de Metas 2015, a proporção de contatos intradomiciliares de casos novos de hanseníase foi de 73 casos em 2014 e 2015. Ela é transmitida através da bactéria Mycobacterium Leprae (M.Leprae) pelo ar. O bacilo, apesar de ter a capacidade de infectar grande número de indivíduos, poucos adoecem e apresentam sintomas, pois dependem da relação com o hospedeiro e o grau de endemicidade do meio, entre outros aspectos.

Para Cláudia, a importância da realização de uma ação como a que ocorre nesta manhã é a de quebra da cadeira de transmissão. "A campanha e o trabalho feito com as equipes de referência são para chamar atenção. Qualquer sinal de que a doença pode estar existindo, nela ou em alguém que ela conheça. Contudo, é preciso encaminhar o paciente a uma unidade de saúde, para que seja feito o diagnóstico. Isso é o mais importante. Ao começar a tomar a medicação a pessoa já está em processo de cura. O medicamento é distribuído no Brasil pelo Ministério da Saúde gratuitamente. Quanto mais cedo, mais rápido esse processo é interrompido e a transmissão não vai mais acontecer", conclui.

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