Ana Stuart Ana Stuart 19/12/2012

A busca incessante pelo prazer

CasalSerá mentira se negarmos nossa busca constante pelo prazer. Diversos neurotransmissores são responsáveis por esta conexão. Prazer de conviver, de comer, sexual, por leitura, esportes e bem estar... Enfim, tudo gira em torno do prazer.

A criança parte da fantasia para a idealização, ela precisa se preparar para enfrentar a realidade. A família é crucial nessa fase. Com isso, vem o prazer de brincar, fantasiar, idealizar...

Na adolescência, com o amadurecimento hormonal, os jovens se interessam por sexo para dar continuidade à espécie humana no planeta. Mas quando este prazer torna-se desprazer, ocorre o processo inverso. Tendências para a extinção da espécie.

Nesta busca se encontram as fantasias, muitas vezes necessárias no contexto humano. O perigo é misturá-las com idealização, quando negativa. Como, por exemplo, quando a pessoa encontra o prazer na droga, seja tanto num relacionamento obsessivo, quanto nas drogas lícitas e ilícitas. Idealizando, dessa forma, o prazer que não está encontrando na própria vida, ou seja, o prazer de viver.

Se este jovem constata que muitas de suas idealizações não podem se concretizar, como ele está amadurecendo para a vida, deverá abrir mão de algumas, buscar e reinventar outras. Fazer com que o desprazer volte a se tornar prazer, de uma forma tranquila, diante das frustrações. Perceber outros benefícios, mudar de fantasia, de idealização, para justamente dar continuidade à espécie e não exterminá-la ou exterminar-se, o que vem acontecendo em alto índice, infelizmente.

Na fase adulta, diante da idealização concreta, a busca pelo prazer é repleta de sublimações, renúncias, mas ainda de fantasias e idealizações que passam pelas substituições de prazer diante das frustrações de prazeres não vivenciados. Prazeres negados... Começa-se a sentir falta do outro, quando, muitas vezes, esta falta é de si mesmo, erroneamente projetada no outro.

A maior fonte do desprazer é justamente quando projetamos nossas idealizações no outro, e este outro não preenche nossas expectativas. E este processo começa na própria gravidez.

Vamos encerrar o nosso ano projetando nossas fantasias e ideais em nossos recursos pessoais. O outro? É consequência!



Ana Stuart
é psicóloga e terapeuta familiar.

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