Ana Stuart 17/10/2013 Recalque e mágoa
Recalcamos tudo aquilo que nos causa dor e perturbação, reprimindo no inconsciente. Chamamos de inconsciente tudo aquilo com o que não nos ocupamos, diferente do consciente que é aquilo que para o qual nos voltamos.
O consciente é como a tela que está na nossa frente, que vemos e queremos ver. O inconsciente está escondido de nós mesmos e cheio de recalques. Percebemos, por meio dos lapsos verbais, de escrita, falhas de memória, ações confusas, atos falhos, que em um nível mais profundo não são casuais.
Falando da mágoa partiremos do princípio que os sentimentos não morrem, podem até serem enterrados, mas continuarão conosco. E se não admitidos, não serão compreendidos e estarão desvirtuando nossa visão do óbvio, do mundo objetivo, consequentemente recalcados.
Devemos estar alertas quanto à desatenção enquanto defesa, pois ela apaga apenas parte do ocorrido, parecendo, muitas vezes, um esquecimento natural, mas por outro lado pode ser uma atividade psicológica para manter a mágoa dissimulada.
A mágoa não elaborada e recalcada é perigosíssima, pois se volta contra a própria pessoa, alojando-se em determinado órgão, desvirtualizando-o. Se pararmos para pensar nossas dores físicas e morais nada mais são do que fruto da nossa Negligência e comodismo. Principalmente na área afetiva, quando geramos expectativas infundadas, ou quando nos barateamos para seduzir e modificar seres humanos que nos interessam.
Por desconhecermos os processos psicológicos que nos envolvem, passamos a vida buscando álibis para compensar desprezos, agressões e desconsiderações com que somos tratados. Quando na verdade, deveríamos buscar no inconsciente, recalques e mágoas para traze-los à tona e reciclarmos nosso lixo mental, adubando nossa alma e reintroduzindo novos planejamentos, para desta forma emitirmos ondas mentais de saúde!
Ana Stuart
é psicóloga e terapeuta familiar.
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