Vizinhos podem contribuir com a segurança do imóvel durante as viagens

Especialista explica sobre a importância de um planejamento sobre a segurança antes de se fazer uma viagem

Eduardo Maia
Repórter
11/01/2014
Ricardo Firmino

Programar uma viagem de férias sem se preocupar com a segurança do seu apartamento ou casa pode se tornar uma dor de cabeça. A chegada deste período reflete em um aumento de 15% do número de furtos à residência no país, segundo estatística de seguradoras. É possível, de acordo com o especialista em segurança na área de vigilância e portarias, Ricardo Firmino, tomar algumas medidas a fim de se evitar prejuízos e transtornos.

A primeira sugestão é conversar com vizinhos de confiança, para que monitorem o imóvel enquanto estiver viajando. "É importante alertar aos vizinhos para que eles possam observar qualquer movimentação estranha. Outra indicação é participar da rede protegida de vizinhos, junto a Polícia Militar. Os vizinhos são orientados a tomarem atitudes de alerta em caso de movimentação suspeita na casa e informam à polícia", diz.

Além de informar aos vizinhos, o auxílio de parentes também pode ajudar. "Acionar alguma pessoa da família, para que possa ir uma vez ao dia, averiguar a movimentação na casa e mostrar que há pessoas circulando no interior da residência. É importante deixar um telefone, para se ocorrer algo mais grave, a pessoa possa entrar em contato." Ricardo orienta, ainda, para a necessidade de reforçar as fechaduras e trancas. "É importante verificar o trancamento do portão e, se tiver oportunidade, a pessoa deve usar um sistema de câmeras para monitorar o interior da casa", recomenda.

Firmino explica que a estratégia de deixar luzes acesas dentro do imóvel não deve mais ser utilizada. "Isso é uma técnica antiga, já conhecida pelos assaltantes. Quem deixa a luz acesa durante o dia e a noite acha que vai mostrar que tem alguém em casa. Não se deve adotar mais. O criminoso já sabe que a pessoa deixou a luz acesa para alertar."

A utilização de animais

O especialista recomenda que a utilização de cães para a segurança do imóvel seja devidamente acompanhada por alguém que preste as condições necessárias para que o animal se mantenha. "Alguém tem que oferecer água e comida para o animal. A presença dele inibe a possibilidade de furto no imóvel. São raros os casos de deixar o animal, as pessoas costumam levar junto, mas ajuda muito a alertar sobre a presença de pessoas estranhas."

Correspondência

O acúmulo de cartas e jornais nas portas das residências pode servir de alerta de que os proprietários estejam viajando. "O ideal é que a pessoa tenha uma caixa de correios com trancamento, para evitar a impressão de que as correspondências estejam acumuladas". Outra dica é a suspensão da assinatura de jornais pelo período da viagem ou solicitar alguém de confiança para que faça o recolhimento da correspondência.

Condomínios e a responsabilidade dos porteiros

Ricardo FirminoOs porteiros de condomínios também devem contribuir para a segurança do imóvel. "O porteiro deve ser orientado pelo síndico para não passar a informação da saída dos moradores para férias ou qualquer informação. As contratações de porteiro tem que ser muito bem filtradas por causa disso. Se o síndico não avaliar com atenção e checar com antecedência pode estar colocando no condomínio um 'informante'. Esse cuidado com o porteiro é fundamental", alerta Ricardo.

O síndico deve acompanhar a contratação dos porteiros, mesmo quando for de responsabilidade de uma empresa terceirizada. "É aconselhado que o síndico participe deste processo seletivo, para saber quem é que está sendo contratado, se os documentos estão sendo exigidos, como o comprovante de antecedentes criminais ou um comprovante mais específico na Polícia Civil. O condomínio vai se responsabilizar na parte solidária, caso este funcionário entre na Justiça. É preciso que o síndico fique atento à estas questões."

Em caso de arrombamento

Ricardo também orienta para o caso de pessoas que são vítimas de furtos durante a sua viagem. Segundo ele, é necessário apurar se houve ou não a negligência por parte do porteiro. "Se for falha do porteiro, a empresa também será responsabilizada pelo ato. Tem que avaliar a situação. Se o porteiro foi rendido, surpreendido, não teve como se defender, é outra situação. É preciso apurar as situações e depois avaliar as responsabilidades. Muitos condomínios preferem contratar empresas terceirizadas porque sabem que em caso de negligência, imperícia, a empresa contratada irá responder."

Ricardo também alerta para o caso de prédios sem porteiros. "Se o criminoso arrombar a porta, a polícia deve ser acionada para realizar a perícia. Mas é um fato isolado, houve um arrombamento, vão avaliar se não havia sistema de filmagem, se a segurança estava comprometida. É feito o boletim de ocorrência. O condomínio que não tem porteiro está mais vulnerável que os outros, mas a situação tem que ser apurada em conformidade com o fato. Cada caso é um caso", pondera.

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