Repórter: Lucas Soares
O envelhecimento começa aos 30 anos
Planejar o envelhecimento desde os 30 anos. Essa é a proposta do geriatra Antônio Carlos Godinho (foto ao lado), professor das disciplinas de clínica médica e geriatria no curso de medicina nas faculdades Suprema e na cidade de Valença (RJ). Há oito anos, Godinho se dedica exclusivamente ao trabalho com idosos, e também, com adultos pensando na melhor forma de envelhecer.
De acordo com o médico, a melhor forma de se preservar a qualidade no envelhecimento é ter autonomia. "O processo de envelhecer, biologicamente falando, começa na terceira década de vida. Mas, culturalmente, temos que somos idosos apenas a partir dos 60 anos. Por isso, a primeira coisa que o paciente deve entender é que envelhecer é inevitável, mas que isso pode ser feito de forma saudável. Independente das doenças que se adquire ao longo da vida, o idoso precisa ter autonomia, ou seja, deve preservar a sua capacidade de se gerir", afirma.
Exercícios
Além disso, Godinho pontua fatores fundamentais para que a pessoa chegue a terceira idade com mais saúde. "Praticar exercícios físicos ao longo da vida é comprovadamente um fator que traz menos problemas na velhice. Ajuda na prevenção a doenças comuns como hipertensão, diabetes e até mesmo em quedas e na incontinência urinária. Contempla todas as condições. Isso sem contar fatores que ouvimos desde crianças, como ter uma alimentação saudável, não fumar, evitar o consumo excessivo de bebida alcoólica e situações de risco em geral", diz o geriatra.
Aconchego
O professor também alerta para um fator muito delicado, mas de extrema importância para a saúde mental de quem está na terceira idade. "Colocar o idoso em uma clínica deve ser a última opção. Ele, normalmente, tem uma ligação muito forte com a família, com objetos e com a casa. Quando sai deste ambiente, perde toda essa referência. A chance de mortalidade dobra nos primeiros cinco anos em que está em um asilo. É uma medida que deve ser evitada ao máximo. O idoso precisa de carinho e afeto das pessoas próximas", explica.
No entanto, Godinho acredita que hoje o idoso está mais inserido na sociedade do que antes, muito em fator da própria conscientização e de familiares. "Eles são mais estimulados a participar de atividades físicas, de grupos como dança e que permitem ter uma interação social maior, conhecendo novas pessoas e fazendo amizades. O idoso está vivendo mais, e nós, adultos, estamos cada vez mais nos inserindo na vida deles, entendendo suas necessidades, o ritmo e o tempo deles", garante.
José Anísio da Silva
Assistente social, mestre em Serviço Social pela UFJF, especialista em Gerontologia pela FUMEC - Fundação Mineira de Educação e Cultura/BH e pela SBGG/MG - Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de Minas Gerais. Participa ativamente do CMDI/JF - Conselho Municipal dos Direitos do Idoso de Juiz de Fora/MG.
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