Glamour perdido
Noites de gala
Panor?mica da cidade
A Avenida Rio Branco foi um marco geogr?fico em Juiz de Fora. Foi ela a respons?vel pelo desvio do n?cleo original do povoamento para o lado direito do Rio Paraibuna, da? seu nome original (Rua Direita). Nesta rua, em frente ao parque Halfeld, estava o Clube Juiz de Fora - local de encontro dos namorados. Escondidas de seus pais, as mo?as da alta sociedade juizforana podiam beijar seus companheiros. Tudo come?ava com um simples olhar. As senhoritas sentavam-se em cadeiras contornando o sal?o, enquanto os rapazes, de p?, esperavam para serem flertados.
No segundo pavimento, realizavam-se, em datas especiais - como Natal, Ano Novo e Carnaval - , os bailes que entusiasmavam a elite da cidade. Os cavalheiros trajavam smoking, e as damas ostentavam longos vestidos. O sal?o era decorado com mobili?rio franc?s, medalh?es de espelho e janelas com parapeito revestido de veludo. Mas, em uma madrugada de 1950, ... "Voltava para a casa com minha esposa, quando fiquei sabendo que o Clube havia pegado fogo", lembra F?bio Nery. Foi isso mesmo que aconteceu. As chamas se alastraram rapidamente pelos assoalhos e pelo forro de madeira.
Sem a mesma impon?ncia do clube incendiado, o Elite Clube Mineiro - localizado na parte baixa da Halfeld - era freq?entado pelas camadas sociais mais pobres. No sal?o, negros e mulatos dan?avam ao som do suingue e samba. Conta-se que os aristocratas tamb?m apareciam no Elite para aprender a dan?ar com as mulatas e depois exibir os passos nos sal?es freq?entados pela elite.
Ao lado do Cine Palace, atual Cinearte, havia o clube Quem Pode, Pode, tamb?m freq?entado, em sua maioria, por grupos mais populares. A festa come?ava ?s 19h, sempre aos finais de semana, e acabava antes da meia-noite. F?bio Nery comenta: "N?o h? mais aqueles bailes. N?o como havia antigamente. Existem outras formas de divers?o. N?o sei se s?o melhores ou piores".