Funcionários da Caixa fazem ato de repúdio a casos de assédio moral e sexual
Repercutindo a demissão do presidente da instituição bancária, trabalhadores realizaram protesto em frente a agência
Com punhos cerrados e de costas, um grupo de trabalhadores da Caixa Econômica Federal (CEF)de Juiz de Fora se posicionaram em frente a agência da Avenida Getúlio Vargas, Centro, nesta quinta-feira (27), para manifestar repúdio sobre os casos de assédio que se tornaram públicos em junho de 2022 e culminaram com o afastamento do ex-presidente da instituição, Pedro Guimarães.
Segundo o secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da Zona da Mata e Sul de Minas (Sintraf JF), Robson Marques, a entidade representativa fez uma abordagem dos trabalhadores sobre o assunto, reforçando a importância das denúncias. "É importante falar que tanto o assédio moral, quanto o sexual adoecem o trabalhador, por isso eles têm que ser combatidos. As doenças ligadas à questões psíquicas e mentais, muitas vezes, têm como origem essa relação patrão empregado e, até mesmo, entre empregado e empregado, porque há assédio entre pares."
Segundo Robson os casos relacionados a Pedro Guimarães chamam a atenção da categoria. "Os companheiros fizeram essa manifestação em função do desrespeito e também do comentário do atual presidente (Jair Messias Bolsonaro - PL), que minimizou e chancelou o assédio cometido por Pedro."
O ato simbólico, de acordo com Robson, foi para evitar os casos de perseguição e assédio, porque, segundo ele, há um aumento preocupante no registro de queixas nesse sentido. "Infelizmente, no atual sistema, parece que se naturalizou as cobranças e o assédio, propriamente dito. No Brasil, há uma cultura inserida na Classe trabalhadora, de que o patrão sempre tem razão e, por isso, o empregado é submisso às vontades e a pressão por parte dele, então, precisamos desmistificar isso. Mostrar que isso não é real, não é natural e que precisa ser denunciado, a todo e qualquer momento, quando se apresentar algum tipo de sinal."
Nesse sentido, conforme o secretário Geral do Sintraf, o canal de denúncias do Sindicato deve ser acionado sempre que um caso de abuso ocorrer. "Temos um canal de de denúncias, que é sempre vinculado nos nossos boletins. Reforçamos aos funcionários da Caixa, do Banco do Brasil e de outros bancos também, que as denúncias por meio deste canal, têm garantido o anonimato, com base nela é aberto um processo de investigação." Na sequência, como explica o representante sindical, o assunto é debatido investigar se aquilo de fato procede, como se deu esse assédio moral ou sexual, para depois levarmos para a mesa de negociação e cobrarmos a responsabilidade por parte do banco."
Robson reitera que, embora a luta pareça utópica, o exercício de encarar esse tipo de problema é necessário, assim como a denúncia. "Essa relação entre patrão e empregado precisa ser, de fato, respeitosa, profissional. O assédio moral e o assédio sexual, que infelizmente, ainda são muitos comuns, precisam ser extirpados da nossa sociedade."