Forças de Segurança e Prefeitura reafirmam inexistência de ameaça concreta a escolas de JF

PJF prepara projeto voltado a segurança escolar para captar recursos do Governo Federal

Por Renan Ribeiro

Forças de Segurança e Prefeitura reafirmam inexistência de ameaça concreta a escolas de JF

Ao lado das Forças de Segurança representadas pelo coronel da Polícia Militar Marco Aurélio Zancanela, em uma rede formada também pela Polícia Civil, a Polícia Federal e a Guarda Civil Municipal, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) reiterou que as famílias não devem deixar de enviar crianças e adolescentes para as escolas e instituições de ensino da cidade. A orientação também foi corroborada por representantes da Superintendência Regional de Ensino e do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino da Região Sudeste de Minas Gerais (Sinepe).

Conforme a prefeita, Margarida Salomão, a ação integrada visa a atender a população no momento de uma situação complexa para estudantes e famílias, diante dos atentados ocorridos em São Paulo e Santa Catarina, que causaram trotes e ameaças compartilhados pelas redes sociais, que chegaram em Juiz de Fora e em cidades da região. A prefeita reforçou que, até o momento, nenhum incidente foi registrado em Juiz de Fora. No entanto, todas os órgãos ligados à Educação e à Segurança Pública permanecem em alerta e realizando trabalho de inteligência para impedir que esse tipo de situação ocorra na cidade.

Houve uma reunião envolvendo todos os órgãos de segurança e da educação na última sexta-feira (14), com o intuito de  alinhar as estratégias de abordagem dessa situação. Durante o encontro, foi firmado um esforço conjunto, reunindo as comunidades escolares estaduais, municipais e particulares, para elaborar um protocolo sobre como proceder em caso de incidente.

Margarida anunciou que participará de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e representantes dos Ministérios da Justiça e da Educação que ocorrerá no Palácio do Planalto nesta terça-feira (18), às 9h30. A agenda foi convocada para tratar de ações integradas voltadas para as escolas.

Sobre os boatos de ataques contra escolas de Juiz de Fora , que seriam realizados no dia 20 de abril, tanto a prefeita Margarida Salomão, quanto o comandante da  da 4ª Região de Polícia Militar (4ª RPM), coronel Zancanela afirmaram categoricamente que a orientação é que as famílias não deixem de enviar as crianças e adolescentes para as aulas. "Precisamos manter o estado de normalidade. Estamos todos unidos para mitigar os efeitos dessas ameaças falsas e trotes", afirmou o coronel.

Zancanela reforçou que no dia 20 as equipes da Policia Militar estarão com todo o efetivo e as viaturas nas ruas para intensificar o monitoramento e a prevenção. "Enviamos as viaturas, que identificam postagens e redes sociais, localizam os autores e fazem a prisão e o relato para a Polícia Civil, para que possa gerar a investigação e a responsabilização de quem faz esse tipo de trote ou gera notícias falsas." Margarida frisou que o Ministério da Justiça realiza a cobrança das plataformas em que são enviadas as mensagens que divulgam esse tipo de mensagens lesivas ao bem-estar comum. "Se eu não estou enganada, foram derrubados 537 perfis nas redes identificados como palhaços que estavam disseminando o pânico."

Projeto do Ministério da Justiça

A prefeita também confirmou a composição de um projeto que deve ser apresentado ao Ministério da Justiça para pleitear recursos voltados para a segurança da cidade, que podem captar entre R$ 100 mil e R$ 1 milhão em verbas, caso o plano seja contemplado. "Ele está em fase de elaboração dentro da Secretaria de Segurança Urbana e Cidadania (Sesuc), em conjunto com a Secretaria de Educação (SE), em conversa com a Prefeitura, para pensar em um projeto que tenha a tônica da segurança escolar, por meio do viés que seria responsabilidade para o município", ressaltou a titular da Sesuc, Letícia Paiva Delgado.

Segundo a secretária, a pasta pretende montar um projeto que trabalhe inteligência, pesquisa e  intersetorialidade. "Entendemos que o espaço escolar é para fortalecer a Cultura de Paz. Nesse ponto,  existem duas questões, que são a segurança na escola e contra a escola. Uma coisa é garantir a segurança no entorno escolar e a outra é discutir a violência no espaço interno da escola. Como fortalecemos o protagonismo juvenil e lidamos com as relações pessoais que podem ser conflituosas e não tem nada a ver com alguém externo?", detalha

Ainda de acordo com Letícia, o direcionamento desse projeto, deve seguir o caminho da produção de dados, para contribuir com o município no entendimento desse fenômeno da violência, de modo que se possa promover a Cultura de Paz e fortalecer relações pessoais que sejam positivas. A ideia é que o valor proposto seja o máximo previsto no edital do Ministério da Justiça.

Nossa Escola

O projeto piloto do Nossa Escola, implementado na Escola Municipal Jovita de Montreuil Brandão, em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, hoje vai para duas outras escolas, com a intenção de expansão para as demais unidades da cidade. "A intenção é, justamente, promover o fortalecimento do protagonismo das crianças, relações sociais positivas. Como discutir a questão da violência com a comunidade escolar, com os professores. Estamos nesse projeto há mais de um ano, com uma resposta muito positiva, inclusive, com relatos de diminuição de conflitos, relacionados com as dificuldades estruturais que nós temos na escola", comenta a secretária Letícia Delgado.

No intuito de promover a prevenção, a iniciativa é um dos caminhos para sensibilizar e envolver as comunidades nas ações efetivas contra a violência. "Apostamos muito nesse modelo, porque conseguimos aproximar o poder público da comunidade escolar. Temos critérios de elegibilidade para as escolas, mas, de fato, é um tipo de projeto que temos a intenção de ampliar", conclui Letícia.