Vereador de Muriaé teve prisão preventiva decretada por envolvimento em crimes de lavagem de dinheiro

Operação Catarse V cumpre 18 mandados em Muriaé nesta terça-feira (18)

Por Redação com informações da Rádio Muriaé

Promotores Ingrid Costa e Breno Coelho durante coletiva de imprensa no MP em Muriaé

O vereador, Carlos Delfim (PDT) teve a prisão preventiva decretada na 5ª Fase da Operação Catarse que ocorre durante esta terça-feira (18). Conforme publicado pela Rádio Muriaé, o mandado de prisão seria cumprido na residência do vereador que está afastado do cargo desde novembro de 2021 por decisão judicial, no Distrito de Bom Jesus da Cachoeira. Carlos não foi localizado no imóvel e, também segundo a Rádio Muriaé, já é considerado foragido da Justiça.

A operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Regional da Zona da Mata com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) visa a cumprir 18 mandados judiciais, sendo um mandado de prisão preventiva (do vereador afastado Carlos Delfim), seis mandados de busca e apreensão, cinco mandados de indisponibilidade de bens e seis mandados cautelares de proibição de contratação com a Administração Pública.

As investigações indicam que Delfim, que já ocupou a presidência da Câmara Municipal de Muriaé, agiu no sentido de ocultar e dissimular a propriedade de veículos, empresas, imóveis, máquinas, gado e dinheiro pertencentes a ele. Ele usaria pelo menos três pessoas de alta confiança para executar os crimes.

O promotor de justiça Breno Costa da Silva Coelho, coordenador do Gaeco, afirmou em coletiva que a Operação Catarse já possibilitou o cumprimento de 59 mandados de busca e apreensão, inclusive em face de cinco vereadores em exercício, três ex-vereadores, seis postos de gasolina, três construtoras e doze empresários; três mandados de prisão preventiva; dois mandados de prisão temporária; dois mandados de afastamentos dos cargos públicos e 10 mandados cautelares de proibição de contratação com a Administração Pública.

Além disso, já foram indisponibilizados, bloqueados e apreendidos os seguintes bens: um sítio situado no município de Muriaé; uma casa de luxo situada em Muriaé; um caminhão;R$ 310.550,96 em cheques apreendidos; R$ 77.228,30, em dinheiro apreendido;R$ 34.481,92 bloqueados judicialmente; caminhão Mercedes Benz Modelo LK 1620; uma caminhonete marca FIAT Modelo Strada Freedom 13CS; uma caminhonete FIAT TORO Freedom; VW NEOBUS Mega; VW 24.250 CNC 6X2; REB/TUPY RA; VW/FUSCA1300; VW POLO 1.6; I/VW SPACEFOX;Moto HONDA /CG 125 FAN; VW/GOL SPECIAL; VW/GOL1.0 ECOMOTION GIV; VW/VOYAGE; R/Divino Santafé EF 115;REB COLINA CB-1;um veículo Corolla; uma carregadeira modelo W136, motor 1.8; uma escavadeira Hyundai, modelo R140LC-7, ano 2010; uma escavadeira hidráulica Hyundai, modelo R210, ano 2012;um imóvel situado em Muriaé.

Até o momento, já foram apurados 733 crimes, sendo 24 concussões, 1 corrupção passiva; 12 lavagens de dinheiro; 695 crimes de peculato; e 1 delito de associação criminosa, sendo 21 pessoas denunciadas.

Audiência de Instrução

O vereador afastado Carlos Delfim participou de uma Audiência de Instrução na Câmara de Muriaé na tarde dessa segunda-feira e apresentou uma testemunha de defesa. Durante a Audiência, os vereadores Celsinho – PSD (presidente da Comissão Processante), Ciso – PP (relator) e Delsinho Amaro – SOLIDARIEDADE (membro da Comissão) tomaram depoimento do vereador afastado e interrogaram sua testemunha. Duas outras testemunhas apresentadas inicialmente pela defesa foram dispensadas, conforme a Câmara.

O vereador em exercício Reginaldo Roriz – PDT, proponente do pedido de cassação de Delfim, acompanhou os depoimentos, assim como o presidente da Câmara, vereador Dr. Gerson Varella Neto – UNIÃO e o vereador Lelei – PSD. A Audiência foi conduzida pelo vereador Celsinho, assessorado pelo advogado da Câmara Lucas Miranda.

Ainda de acordo com a Câmara,  próximo passo é a apresentação, por parte da Defesa de Carlos Delfim, das alegações finais para que o vereador Ciso possa elaborar seu relatório. A Comissão Processante, que investiga as denúncias apresentadas contra Delfim, teve início nos primeiros dias de março.