Delegacia de Homicídios é reimplantada em Juiz de Fora
Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta (14) o Chefe do 4º Departamento, delegado-geral Eurico da Cunha Neto, informou que a Delegacia Especializada em Investigação de Homicídios foi reimplantada em Juiz de Fora e retorna a estrutura da 1ª Delegacia Regional. A Delegacia Especializada havia sido encerrada
"Houveram modificações em toda a segurança pública. Polícia Militar, bombeiros e também Polícia Civil. A nova estratégia é uma estratégia de apuração especializada em vários crimes, principalmente nos crimes violentos. Uma das missões que me foram passadas é que as especializadas fossem retomadas em Juiz de Fora e região, pra que fosse feita a apuração qualificada", explicou Eurico.
Ele conta que reimplantar a Delegacia de Homicídios é uma estratégia do estado e explicou o por que do retorno da Especializada, tendo em vista que ela foi encerrada há pouco tempo, com o intuito de fortalecer as distritais e promover uma aproximação entre as delegacias. "A atual chefe da PCMG, delegada-geral Letícia Gamboge, vem do Departamento de Homicídios na capital e traz com ela esse olhar com atuação das delegacias especializadas"
Eurico também comentou sobre o aumento de homicídios na cidade e afirmou que não ligação com o tempo em que as especializadas ficaram "suspensas". "O aumento do número de homicídios em Juiz de Fora está condicionado ao tempo em que a delegacia especializada teve suspensa desde novembro? Não, se você analisar o pra trás. Os últimos cinco, seis anos, e olha que a gente teve um pico de homicídios muito grande no passado. Então não é possível falar que a que o aumento de homicídios se deve a esse período sem a especializada".
De acordo com a PCMG, delegado regional, recém empossado no cargo, contou que a Especializada irá atuar em conjunto com as demais unidades e instituições, além de terem contato direto com a equipe do setor de inteligência e do laboratório de lavagem de dinheiro.
COMO SERÁ A ESTRUTURA E O QUE MUDA?
O delegado regional Bruno Wink, explicou como vai ser a estrutura da Delegacia de Homicídios e ressaltou que ela será responsável pelos homicídios tentados e consumados. O profissional também falou sobre o GRR, Grupo de Resposta Rápida, que foi importante para a fase de transição da Especializada " Juntamos alguns policiais que poderiam desenvolver, principalmente em locais de crime essa unidade especializada ela marcava não só homicídios outros crimes de repercussão. Então esse trabalho foi desenvolvido e juntamente com a com a parte pericial e agora vemos a necessidade de trabalhar com uma unidade exclusivamente pra matéria de homicídios e isso é uma diretriz. Achamos importante e, principalmente, não só pra dar uma resposta imediata com as prisões, mas como a gente pode fazer uma análise do fenômeno criminal local", explicou Wink
Ainda, segundo Bruno, a Delegacia é uma diretriz da Polícia Civil. "Esse trabalho sempre foi desenvolvido, houve um momento de reformulação estratégica e oportunidade dos servidores atuarem melhor no local de crime, ter um contato maior com a perícia e ver as necessidades que existiam da área. Precisamos cada vez mais coletar melhores provas para assim tirar os suspeitos de circulação e garantir uma condenação e segurança para a população. Agora temos uma equipe direcionada e vamos trabalhar muito integrado com outras unidades policiais", completa.
DELEGADO SAMUEL NERI ASSUME A DELEGACIA DE HOMÍCIDIOS
Samuel Neri é policial civil há 21 anos, 11 deles na Polícia Civil do Rio de Janeiro, onde ocupou cargos na área operacional e na agência de inteligência. Nos últimos dez anos, Neri atuou na PCMG como delegado titular na 3ª Delegacia Sul em Belo Horizonte e, desde 2017, em Juiz de Fora, já passou pelas delegacias de área e no Grupo de Resposta Rápida. É pós-graduado em Direito Público, mestre em Direito pela Estácio de Sá, doutorando pela mesma universidade e pela Universidade de Burgos, na Espanha
Ele destacou que os crimes são monitorados e estavam muito mais focados em brigas entre bairros específicos e, agora, houve uma pulverização. Samuel reforça também que o trabalho sempre existiu e agora buscam recursos para otimizar os trabalhos. Sobre o aumento de homicídios na cidade, o delegado salientou que “é preciso analisar os dados mais profundamente, não podendo levar em conta somente os registros policiais".
Samuel também explicou que o aumento de homicídios em Juiz de Fora está ligado ao aumento do convívio social pós-pandemia. Ele ressalta que se comparar os números de homicídios de 2023 com os números durante a pandemia o aumento é significativo e que é necessário comparar com os anos antes da pandemia. "A lógica do aumento da criminalidade, do homicídio é a própria lógica do convívio social. Nós estamos aumentando o convívio social. Antes eu não tinha várias pessoas na rua, hoje tem. Então o aumento é inerente ao momento histórico que nós vivemos. Principalmente quando se compara ano passado período pós a pandemia e principalmente ao período pandêmico. É necessário fazer a comparação com números de antes da pandemia para entender o aumento de homicídios na cidade", finalizou o delegado.