Entregadores usam Tribuna Livre da Câmara para reivindicar condições dignas de trabalho
Trabalhadores pedem a instalação de um ponto de apoio com banheiro e que forneça água
O Projeto de Lei 248/2021 foi defendido por entregadores motociclistas na Tribuna Livre "Vereador Natanael Elói do Amaral" na Câmara Municipal de Juiz de Fora nessa terça-feira (24). De acordo com o representante da Associação dos Motoboys, Motogirls e Entregadores de Juiz de Fora, Nicola Souza Santos, trata-se do cumprimento de uma garantia constitucional.
Nicolas exemplificou os desafios vividos pelos profissionais, na forma de um caso registrado na cidade. Em que o proprietário de um estabelecimento do Centro, próximo de um ponto em que os entregadores se concentram, costuma usar água sanitária para afastar pessoas em situação de rua, que usam o espaço para fazer suas necessidades fisiológicas. Esse tipo de situação, conforme Nicolas, somadas a outras condições tornam o trabalho dos entregadores mais difícil.
"Estamos falando das condições de trabalhadores de Juiz de Fora, que estão submetidos a uma situação de semiescravidão. O Projeto de Lei 248 de 2021, trata do cumprimento da constituição que fala das condições de higiene, segurança e saúde que nós precisamos ter acesso no exercício do nosso trabalho e isso é extremamente importante", explicou Nicolas.
Ainda de acordo com ele, não é possível que as plataformas de entrega utilizem o argumento de incompatibilidade entre a lucratividade das empresas e o oferecimento de condições mínimas de atuação para os trabalhadores "Pelo contrário, quando funcionários têm acesso a melhores condições, aumenta a produtividade. Existem pontos de apoio em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, entre outras cidades. Algo como um quiosque, com banheiro, ponto de água e espaço para que a gente possa carregar o celular. Não precisa de nada além disso. Clamamos pela aprovação integral desse Projeto de Lei. A multinacional líder do setor de delivery tem 82% do mercado brasileiro, com uma receita de R$3,4 bilhões. Como um ponto de apoio pode afetar essa lucratividade?" , defendeu Nicolas.
Os vereadores Laiz Perrut (PT), Tallia Sobral (PSOL), Tiago Bonecão (CIDADANIA), Bejani Júnior (PODE), Juraci Scheffer (PT), Pardal (UNIÃO) e Antônio Aguiar (UNIÃO) se manifestaram favoravelmente ao projeto e aos direitos dos profissionais.