Pré-candidatos à Prefeitura de Juiz de Fora falam sobre o Hospital Regional

Governo de Minas disse que as obras do Hospital Regional em Juiz de Fora não serão retomadas.

Por Petterson Marciano

Problemas estruturais graves impedem retomada de obras do Hospital Regional de Juiz de Fora

No dia 12 abril, o Governo de Minas disse que do Hospital Regional em Juiz de Fora não seriam retomadas, isso após laudos e diagnósticos da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias do Governo de Minas Gerais (Seinfra) apontarem uma série de erros graves no processo de construção da unidade, iniciada em 2009.

Já no dia 23 de abril, em uma reunião entre a Prefeitura de Juiz de Fora, o Ministério Público e o Governo de Minas, o Estado reforçou a decisão de suspender a retomada das obras do Hospital Regional em Juiz de Fora. 

Atualmente, há uma dívida da Prefeitura de Juiz de Fora com o Estado por conta dos repasses feitos para a construção do hospital no valor de aproximadamente R$ 151,3 milhões, que foram indevidamente executados, e resultaram em um processo de tomada de contas especial.

Abandonada desde 2017, a estrutura foi vandalizada e se deteriorou com o decorrer do tempo. O Acessa solicitou um posicionamento dos cinco pré-candidatos mais citados a Prefeitura de Juiz de Fora. Veja abaixo.

Charlles Evangeista (PL) 

 


O pré-candidato destacou que recebeu a notícia com tristeza. "Durante os meus 4 anos de mandato foi uma das minhas bandeiras. Conseguimos o mais difícil que foi o recurso para o retorno das obras, mais de 160 milhões. Assim que recebi a notícia que não iria retornar as obras entrei em contato imediatamente com Governador. O mesmo explicou que infelizmente a estrutura do hospital está totalmente comprometida e que nenhuma empresa quis pegar para realizar a conclusão.

Além da estrutura comprometida, obra mal feita, teve problemas nas prestações de contas e atraso na doação do terreno da Prefeitura para o Estado. Tudo isso atrasou ainda mais e fez com que a obra se deteriorasse, com dinheiro na conta para resolver. O Governador me garantiu que o dinheiro fica em Juiz de Fora e será destinado para as prioridades da saúde", concluiu.

Ione Barbosa  (AVANTE)

 

  

Ione destaca que falta clareza do Governo em relação ao assunto. "Pedi uma reunião de urgência com o governador Romeu Zema e o secretário Fábio Baccheretti para tratar especificamente sobre o Hospital Regional de Juiz de Fora. Não está claro que a obra inacabada está condenada ou não. Os recursos repartidos para outras unidades representaram o incremento de quanto no atendimento de Juiz de Fora e da região? Qual o prazo para conclusão do Hospital Universitário?

Estamos enfrentando o pior ano da dengue na história de Minas Gerais e temos sofrido com a falta de infraestrutura de saúde. Desistir ou não do Hospital Regional de Juiz de Fora é uma questão de absoluta relevância para a Zona da Mata. É uma decisão que precisa ser tomada de forma conjunta e com muita responsabilidade.

Júlio Delgado (MDB)

 

Júlio questiona o por que somente Juiz de Fora não terá continuidade das obras. "O primeiro fato a estranhar é que dos cinco hospitais regionais que começaram na mesma época, todos eles tiveram solução de continuidade. Divinópolis, Uberaba, Passos, todos eles estão andando de vento em polpa. O único que ficou totalmente paralisado foi Juiz de Fora, por uma falta de articulação da prefeita com o Governo.

O prefeito(a) não pode conseguir as coisas só quando ele é aliado do governo,a nossa prefeita ficou dois anos com o presidente Bolsonaro e os quatro anos com o governo Zema. Então ela tinha que ter boa relação, porque não se trata de ser amigo ou inimigo do governador e do presidente, se trata de ser uma amiga de Juiz de Fora, tratar da cidade.

Juiz de Fora não andou, não foi por falta de recurso,e sim falta de vontade política ou de acerto do projeto. 

Maurício Delgado (REDE)

 

Para Maurício Delgado, não se pode perder tempo quando se trata de saúde e dinheiro público. "Ser rápido e prático. Um verdadeiro celeiro de pessoas mau intencionadas se passaram nesse processo todo ,da desapropriação do terreno até a construção mal feita culminando com um governo estadual que teria a obrigação de repassar o dinheiro do acordo com a vale para o término das obras. Dinheiro público jogado no ralo literalmente", concluiu.

Margarida Salomão (PT)

 

Margarida Salomão se manifestou após a reunião com o Governo de Minas e Ministério Público. "O Governo de Minas se comprometeu a achar uma destinação para o recurso, de R$150 milhões, que possam, inclusive, envolver a construção de um equipamento de saúde".

Buscaremos uma forma de compensar o município em relação a essa desistência expressa e reiterada do Estado de Minas com relação ao Hospital Regional". A atual prefeita reforçou ainda que essa foi uma decisão unilateral do governo.