Dia Inernacional da mulher
E foi neste ?ltimo curso que Malu se aproximou do teatro. "Sempre estive ligada aos diret?rios acad?micos, ao teatro universit?rio,
aos centro de estudos cinematogr?ficos. Mas nunca tinha pensado em fazer
teatro", lembra. Durante a Faculdade de Jornalismo, o professor Jos? Luiz Ribeiro, ela e
outras pessoas sentiam a falta de espet?culos de fora, na cidade, e resolveram
estudar teatro. Era a ?poca de explos?o da poesia, da Bossa Nova, de
espet?culos alternativos, uma efervec?ncia cultural muito grande em Juiz de
Fora. Grupo Divulga??o
Com o acirramento da ditadura, o grupo enfrentou cortes e censuras de v?rias
pe?as. ?N?o t?nhamos inten??o profissional. Como todo mundo tinha outra
profiss?o, n?o precis?vamos fazer concess?es para sobreviver?. O grupo
ficou famoso pela pluralidade de fun?es de seus integrantes que faziam
desde o roteiro at? a confec??o de cen?rios e figurinos. Malu acabou
deixando de atuar com a chegada dos filhos e ? dedica??o ao mestrado e
doutorado. Ela, ent?o, voltou-se mais aos figurinos. ?Meu pai era
alfaiate, tinha um corte italiano maravilhoso. Mas, puxei mais minha m?e
que era costureira criativa, que montava a roupa no manequim?. Emancipa??o feminina
De modo geral, ela percebe que a mulher est? em uma fase mais forte, em um
ponto de equil?brio. "A mulher est? com um vigor e uma maturidade muito mais consistente. Ela
passou da fase do 'Clube da Luluzinha'. Ela est? ideologicamente melhor
colocada que o homem. Ele perdeu espa?o e a estrutura de valores tradicional
e n?o se preparou para isso. A mulher sempre teve que se desdobrar. A
separa??o, a m?e solteira sempre existiu. Ela teve que aprender a ter uma
posi??o m?ltipla", avalia. Malu considera que o desaparecimento da classe
m?dia tem rela??o direta com a evolu??o feminina, j? que a mulher pobre
sempre trabalhou para fora. Sem g?neros
O grupo de estudantes de v?rias ?reas se reunia para estudar teatro quando,
a pedido de um professor do Jo?o XXIII e funcion?rio do Instituto C?ndido
Tostes, eles fizeram a pe?a
"Amor em verso e prosa" para a Semana do Laticinista. Da? surgiu a id?ia de
que o Centro de estudos teatrais abrigasse um grupo de teatro universit?rio.
Nascia o Grupo Teatral Divulga??o. "?ramos militantes do movimento
estudantil. As pe?as vinham da necessidade de dar o nosso recado", conta
Malu.
Professora da Faculdade de Letras da UFJF, Maria L?cia v? o teatro como um
dos ve?culos de emanciapa??o da mulher. ?O preconceito n?o impediu que a
mulher se afirmasse na ?rea. Se, por um lado, as atrizes de teatro de
revista, as vedetes, eram consideras prostitutas, por outro a declama??o
fazia parte da forma??o da mocinha burguesa?. Hoje ? mais f?cil encontrar
atrizes do que atores para o grupo Divulga??o.
A professora n?o concorda com a separa??o de g?neros, seja em express?es
como ?senhoras e senhores?, seja em ?rg?os como a delegacia da mulher. ?Elas s?o institui?es do preconceito, mantendo a mulher no gueto. Elas
devem ser algo passageiro. A mulher deveria ter direito a entrar em uma
delegacia comum e ser tratada com respeito. Afinal, n?o tem delegacia do
homem?, afirma.