Dia Inernacional da mulher
O gosto pelas palavras come?ou cedo. Marilda atribui ao pai telegrafista,
grande parte da influ?ncia. Aos 12 anos, ela tem seu primeiro emprego no
cart?rio em que o pai trabalhava. Na ocasi?o, ela escrevia ? m?quina.
"Gostava de amarrar o cabelo com a fita da m?quina de escrever", lembra. Ela colocava selo nas escrituras, feitas em livros de mais de oitenta
cent?metros.
"Era como se eu presenciasse a compra do mundo. O grandes neg?cios passavam
pelas minhas m?os", conta. O trabalho era ao lado de um jornal e a sua casa
em frente a outro. Ela costumava freq?entar as reda?es para pegar as
bolinhas de gude resultantes do processo de confec??o do jornal. Paix?o pelas letras
Na juventude, participou do time de v?lei do Minas T?nis Club e foi campe?
de salto em rolo. Pensava em cursar Educa??o F?sica. Mas pegou justamente
a mudan?a do ensino formal que institu?a mais tr?s anos de estudo, ap?s o
gin?sio, antes do vestibular. A pessoa podia optar pela cl?ssico ou pelo
cient?fico. "Eu queria arquitetura ou filosofia, mas minha m?e tinha medo de eu fugir com
o namorado de casa. Ela era completamente apavorada com a minha loucura",
conta a poeta. Como n?o se via como normalista, a op??o mais ?bvia para as
mulheres, Marilda acabou n?o fazendo faculdade na ?poca. Com o casamento com um m?dico, Marilda foi morar em casinhas do Hospital
Jo?o Penido, especializado em tuberculose. ?O lugar era completamente
deserto e tudo vinha do almoxarifado do hospital, inclusive os alimentos. Tinha medo. A tuberculose era o horror da ?poca?.
Em 1967, Marilda formou a primeira ag?ncia de publicidade, pesquisas e
promo?es do interior, a Prevendo. L?, chegou a ter 22 funcion?rios e fez os
primeiros filmes publicit?rios para a extinta TV Industrial. Em 1968, a
ag?ncia produzia um jornal de variedades di?rio ao vivo de uma hora na TV. ?Fomos uma turma de pioneiros. Eu era proibida de participar das reuni?es
da Associa??o Industrial por ser mulher?, conta.
Mulher da comunica??o
Quando a Globo veio para Juiz de Fora, chamou o s?cio de Marilda, Paulo
Rezende Costa, para trabalhar. A Prevendo se dissolveu. Marilda foi fazer
parte do grupo de jornalistas que fundou a Tribuna de Minas.
Um outro grupo de intelectuais fez parte da vida de Marilda, o N?cleo
Mineiro de escritores - NUME, que tinha nomes como Pedro Nava e Rangel
Coelho.
Em rela??o ? mulher, a escritora pensa que o avan?o foi muito grande.
"Mas ainda tem uma legi?o de homens que acham que a mulher ainda est? em
d?vida com eles", analisa e completa: "O homem deixou de ser prioridade, mas
o pre?o tem sido muito alto para mulher. Com a liberdade, ela est? tendo de
desempenhar o papel dobrado em v?rias atividades que exigem dedica??o
constante. A perda maior foi para a fam?lia".
Para a jornalista, o mais importante na vida ? a palavra.
"Ela tem o sentido da comunica??o, carrega uma carga enorme de sentimento,
sentido expl?cito e impl?cito. Ela identifica e esclarece a mensagem".
Marilda ladeira lan?ou dois livros independentes e participou de seis
colet?neas. Por mais de quinze anos trabalhou no Pr?-M?sica, lan?ando
pintores diversos nas galerias da escola. Atualmente, arrisca-se na pintura
e j? surpreende as professoras.