Calor que parece n?o ter fim em Juiz de Fora. Na segunda-feira, dia 23, a cidade registrou m?xima de 32 graus, a maior temperatura desse ver?o. Os rel?gios e marcadores da cidade, por estarem sempre expostos ao sol, chegaram a marcar 38 graus.

Nessa hora, muita gente aproveita a folga das tradicionais f?rias de janeiro para viajar com a fam?lia ou amigos para a praia. Outros, com menos tempo, ou em alguns casos, menos dinheiro, se divertem nos clubes da cidade e at? mesmo em cachoeiras e manaciais de ?gua em regi?es pr?ximas de casa.

N?o h? d?vida que, no ver?o, ir para algum lugar que tenha "?gua" ? um passeio mais que prazeroso e divertido. No entato ? preciso estar sempre atento para evitar o campe?o de chamadas dos bombeiros nessa esta??o do ano: os afogamentos.

Os n?meros s?o alarmantes: nos primeiros 20 dias de janeiro, tr?s pessoas j? morreram na regi?o. De acordo com o 4? Batalh?o de Bombeiros, que funciona em Juiz de Fora e ? o respons?vel por 143 cidades na regi?o, no ano de 2005 foram registrados 57 afogamentos com v?timas fatais na ?rea atendida, a grande maioria deles nos meses que compreendem o ver?o. No mesmo ano, outros 24 corpos foram encontrados em mananciais de ?gua, sem possibilidade de indentificar a causa da morte.

Para o Capit?o Marcos Santiago (foto) do Corpo de Bombeiros de Juiz de Fora, a maior causa das mortes e acidentes com afogamentos ? a imprud?ncia. O Capit?o explica que por muitas vezes, o Corpo de Bombeiros, fazendo uma vistoria pelos principais manaciais de ?gua da regi?o, encontra pessoas que n?o tem a menor no??o da profundidade ou exist?ncia de pedras ou ?rvores nos locais onde nadam e se divertem.

O Corpo de Bombeiros tem um perfil, apesar de n?o contabilizado em porcentagens, das principais v?timas de afogamentos na regi?o de Juiz de Fora. De acordo com o Capit?o Santiago, a grande maioria pertence ao sexo masculino e tem at? 25 anos.

Obriga??o de vigilantes
Juiz de Fora passa a contar a partir dessa semana com uma lei que obriga a presen?a de vigilantes nas piscinas. Esses profissionais, al?m de atentos ao movimento de pessoas nos locais de recrea??o devem tamb?m possuir curso de primeiros socorros para eventuais urg?ncias.

O prazo para que os estabelecimentos que possuem piscina de uso p?blico ou coletivo se adequem ? nova lei venceu na ?ltima segunda, 23 de janeiro. Todos tiveram 120 dias, ap?s a publica??o da Lei Municipal 10.990, de autoria do vereador Isauro Calais, para preparar seus estabelecimentos com as novas exig?ncias da regulamenta??o.

A proposta inicial da lei era que todos as piscinas coletivas e p?blicas contassem com um salva-vidas. No entanto, os presidentes e donos de clubes, atrav?s do Sindiclubes argumentaram que essa exig?ncia teria um custo muito alto, muitas vezes n?o compat?vel com os rendimentos da maioria das associa?es. Na negocia??o com o legislativo, a determina??o do vigilante com conhecimentos em primeiros socorros foi aceita.

O Corpo de Bombeiros ? o respons?vel pelo treinamento dos novos vigilantes com conhecimentos espec?ficos. O Curso de Socorristas, que possui a dura??o de 16 horas, com 14 alunos por turma, come?ou a ser oferecido em janeiro desde ano.

Um dado curioso n?o explicado nem pelo Sindiclubes, nem pelo Corpo de Bombeiros diz respeito ? data de in?cio desses cursos. A lei que determina a obrigatoriedade de vigilantes socorristas foi aprovada em 23 de setembro, e at? a presente data, apenas 14 funcion?rios passaram pelo curso de forma??o. A data do pr?ximo treinamento est? agendada para a primeira semana de fevereiro, ?poca em que a lei j? vai estar em vigor.

A Lei, al?m de exigir a presen?a de profissionais treinados, determina tamb?m a obrigatoriedade de cercas ao redor das piscinas, de letreiros que indiquem profundidade e tamb?m de b?ias amarradas com cordas nas bordas das piscinas.

O presidente do Ol?mpico Atl?tico Clube, N?utilos Torga (foto), acredita que essa determina??o legislativa vai trazer benef?cios para a popula??o em geral, apesar de ter certeza que n?o s?o nos clubes que acontecem a grande maioria dos acidentes com ?gua.

Realmente n?o s?o. ? o que afirma o Capit?o Santiago, do Corpo de Bombeiros de Juiz de Fora. Apesar de n?o estar dispon?vel o n?mero de v?timas classificadas por incid?ncia em locais de risco, a experi?ncia e viv?ncia cotidiana do bombeiro afirma firmemente que os grandes acidentes acontecem em rios e c?rregos.

De acordo com o capit?o, esses lugares al?m de mais desertos, e portanto, com menor chance de possu?rem algu?m que possa ajudar no socorro, s?o muitas vezes desconhecidos por quem nada no momento.

Outra cr?tica feita pelo presidente do Ol?mpico Clube est? no fato de Juiz de Fora n?o fornecer material para o cumprimento das determina?es exigidas pela lei. Ele conta que a boia que deve ficar ao redor da piscina, por exemplo, n?o foi encontrada em nenhuma loja do ramo na cidade."O sindiclubes teve que mandar buscar longe os equipamentos e ajustes necess?rios aos clubes. As boias est?o vindo do Rio Grande do Sul", destaca.