Peritos do INSS protestam por mais segurança no trabalho

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Peritos do INSS protestam por mais seguran?a Reuni?o decide que paralisa??o de 72 horas n?o se transforma em greve, mas que novas manifesta?es devem acontecer

Fernanda Leonel
Rep?rter
31/05/2007

M?dicos peritos do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) de todo pa?s fazem uma paralisa??o de 72 horas, nesta quinta, 31 de maio, e sexta-feira, 1? de junho.

A classe reivindica mais seguran?a no trabalho e protesta contra a morte de Jos? Rodrigues de Souza, m?dico perito do INSS da cidade de Patroc?nio, em Minas, assassinado com um tiro na cabe?a por um segurado.

Em Juiz de Fora, uma reuni?o na tarde desta quinta, na Sociedade de Medicina e Cirurgia, levou os 24 profissionais da cidade ? discuss?o sobre os problemas di?rios que a categoria enfrenta.

Como relatam peritos no posto do INSS local, n?o s?o raras as agress?es verbais, situa?es de constrangimento e at? mesmo os casos de viol?ncia f?sica contra aqueles que t?m o poder de decidir sob a garantia ou manuten??o de benef?cios pagos pelo governo.

"N?o estamos preparados para esse tipo de viol?ncia, nem f?sica, nem psic?logica. Trabalhamos em um ambiente tenso e temos que dar um jeito de garantir mais valor ? nossa vida", afirma Cl?udia**, m?dica perita que preferiu n?o se identificar com medo do aumento das amea?as que recebe freq?entemente de segurados.

A m?dica, ali?s, j? foi agredida na ag?ncia de Juiz de Fora. Em maio de 2006, um benefici?rio jogou a mesa e o computador em cima dela, depois de receber a not?cia que teria o recebimento mensal cortado.

"A situa??o s? n?o foi pior, porque ouviram o barulho e foram at? a minha sala ver o que estava acontecendo. A id?ia dele era me machucar, me espremendo na parede com uma maca que estava no local", conta.

Gustavo** nunca passou por agress?es f?sicas, mas diz que j? perdeu as contas de quantas vezes foi ofendido ou amea?ado por algu?m dentro de sua sala. Ele conta que, certa vez, um beneficiado teve que ser expulso e mesmo do lado de fora continuou a brigar e a chutar a porta do local, assim como um presidente de sindicato o coagiu querendo acompanhar de dentro do seu consult?rio a visita de um funcion?rio.

A solu??o para esse tipo de problema est?, segundo os dois profissionais, na aten??o que o governo deve dar ? categoria, implementando a?es que garantam mais seguran?a na rotina do trabalho deles. Gustavo e Cl?udia tamb?m destacam a import?ncia da ado??o de um programa informativo para a popula??o em geral, para que todos tenham claro em mente que benef?cio ? algo passageiro, que n?o pode ser confundido com aposentadoria.

"At? 2005, quem dava pareceres sobre a situa??o dos segurados eram m?dicos terceirizados, que ganhavam sob cada aprova??o de pens?o. Agora, adotamos mais rigor nessa apura??o e percebemos que muita gente n?o precisava mais receber sal?rio. Foi a? que a popula??o se revoltou e come?ou a agredir nossa categoria", opina o m?dico.

Al?m do mais, o m?dico destacou o papel da Pol?cia Federal que tem trabalhado para desmantelar quadrilhas que usam o INSS como fonte de renda atrav?s de segurados falsos.

Dados da Pol?cia Federal comprovam que com a mudan?a das regras de concess?o, a partir de 2005, aproximadamente 20% dos benef?cios aplicados em Minas deixaram de ser aprovados.

Novas a?es

Al?m das reuni?es locais, que acontecem em todos o pa?s nesta quinta, na pr?xima ter?a-feira, dia 05 de junho, est? agendada uma audi?ncia entre o Minist?rio P?blico Federal e a Associa??o Nacional de M?dicos Peritos (ANMP). A decis?o ficou acertada ap?s o sepultamento de Jos? Rodrigues Souza.

Na ?ltima quarta, o Minist?rio da Previd?ncia, atrav?s do ministro Luiz Marinho, afirmou que 1.400 postos de atendimento do pa?s podem ganhar alarmes de emerg?ncia e detectores de metal nas portas de entrada. A estimativa ? que sejam gastos R$ 30 milh?es na seguran?a das ag?ncias.

A proposta do governo j? estava, segundo o presidente da ANMP, Eduardo Henrique Rodrigues de Almeida, na pauta de reivindica?es feitas pela classe em setembro do ano passado, quando a m?dica perita Maria Cristina Felipe da Silva foi assassinada em Governador Valadares.

"Dos dez itens que na ?poca a categoria entendeu que seriam necess?rios para ganhar seguran?a no trabalho, apenas um foi atendido pelo INSS. Ele trata do envio da comunica??o do resultado do requerimento do benef?cio pelos Correios", informava a nota oficial da ANMP.

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