Pol?mica sobre o caso Bejani
Pol?mica sobre o caso Bejani H? quem se manifeste contra, outros a favor e h? ainda os que pouco se interessam pelo cen?rio pol?tico de Juiz de Fora
Rep?rter
05/05/08
Quando a quest?o ? pol?tica, a pol?mica sempre se instaura. Em Juiz de Fora, ? dif?cil medir a popularidade do Prefeito Aberto Bejani ap?s ter sido preso no dia 09 de abril, sob acusa??o de desvios de verbas, pela Opera??o Pas?rgada. As opini?es s?o divergentes: h? os que ap?iam, os que condenam e h? ainda os que pouco se interessam pelo cen?rio pol?tico.
O vendedor Daniel Souza Coimbra (primeira foto abaixo ?
esquerda), 27 anos, votou em Bejani, ele e mais
17 irm?os, mas diz que se decepcionou. "Al?m de acusa??o de desvio de verbas, foi encontrado arma na casa do prefeito e ele nem deu explica??o. Inclusive um policial
acobertou"
. O operador de caixa, Cosme dos Santos
(segunda foto abaixo ? esquerda), 40, acredita
que se h? den?ncia ? preciso ir at? o fim. "N?o tinha nada a reclamar da administra??o
de Bejani. Se ele errou, ? preciso que d? satisfa??o ? popula??o"
,
opina.
O advogado Ivan Oliveira, 59 anos, acredita que ele n?o poderia ter voltado
a assumir o caso, sem que tudo estivesse esclarecido. "Desde o outro mandato ouvia-se
falar de corrup??o na gest?o dele, isso que est? acontecendo n?o ? novidade nenhuma"
.
O publicit?rio Gustavo Brula (terceira foto abaixo ?
direita) afirma que o exemplo de ?tica deve
partir das autoridades. "Se ele est? com o nome sujo, deve se afastar da Prefeitura"
.
Na opini?o do estudante de 21 anos, Eduardo Brum (?ltima foto abaixo ? direita), o povo n?o est? se mobilizando
o suficiente para a quest?o pol?tica.
J? para a auxiliar do lar Maria de Lourdes Alves Maciel, 63, Bejani
n?o ? criminoso e, por isso, pode continuar a exercer sua fun??o. "N?o posso
desfazer dele, j? recebi muita ajuda"
. A tamb?m auxiliar do lar Dirc?ia
Gomes Cardoso, 49 anos, compartilha da mesma opini?o de Maria de Lourdes.
Enquanto Patr?cia Azevedo, 36 anos, nem sabe o que est? acontecendo
na pol?tica juizforana. "? indiferente na minha vida"
.
O cientista pol?tico Rubem Barboza Filho explica que o pouco interesse da popula??o em rela??o ? pol?tica se deve ao fato de que no Brasil h? uma s?rie de not?cias de corrup??o e nada acontece. Segundo ele, a impunidade ? obst?culo para que as pessoas tomem conhecimento do que acontece.
No caso de Juiz de Fora, Rubem acha que as pessoas est?o se resguardando e que na hora certa, ou seja, nas elei?es, elas v?o mostrar a sua opini?o. "Em um regime democr?tico
as pessoas n?o precisam se preocupar com a pol?tica o tempo todo. Em alguns
momentos, h? decanta??o de insatisfa??o, como nas Diretas J?. As pessoas sabem que v?o ser chamadas
para para opinar e esperam a hora certa"
.
Para o cientista, as acusa?es quem regem sobre o prefeito Alberto Bejani muda o
quadro pol?tico da cidade. "Ele est? com a imagem arranhada e, por isso, vai ficar
fraco nas elei?es, o que n?o significa que um nome ou um partido vai ascender. A
campanha eleitoral de cada um ? que vai definir os rumos da cidade"
,
completa.
Bejani n?o aceita questionamento da imprensa sobre as acusa?es
O prefeito Alberto Bejani convocou a imprensa na tarde desta segunda-feira, dia 05 de maio, para esclarecer as acusa?es em que est? envolvido. Ele apresentou documentos que comprovam as reten?es indevidas por parte do INSS, relativas ao Fundo de Participa??o dos Munic?pios (FPM) (foto abaixo, ? esquerda), termo de declara??o do policial Mauro Adriano Fusco, dizendo que a arma encontrada na casa de Bejani foi um presente seu (foto abaixo, ao centro), e, ainda, o contrato de compra e venda de uma fazenda em Ewbanck da C?mara (foto abaixo, ? direita).
O prefeito afirmou que o INSS estava retendo 3% a mais do FPM para o pagamento das d?vidas
da Prefeitura com o instituto. "Acionamos a Justi?a com o objetivo de recuperar os valores
retidos indevidamente. Conseguimos recuperar para os cofres p?blicos R$ 2. 209.440,80,
no per?odo de mar?o de 2006 a abril de 2008"
, declarou.
Em rela??o ? arma apreendida em sua casa, Bejani esclarece: "Foi um presente
do policial Mauro Fusco e a arma ? calibre 380 e n?o nove mil?metros, conforme divulgado.
Fui preso por 11 dias indevidamente por uma quest?o de interpreta??o. Uma Medida
Provis?ria 417 permite que o registro de arma seja feito at? dia 31 de dezembro de 2008. As armas
j? tinham sido levadas para a Pol?cia Federal para serem registradas, mas voltaram
porque a pessoa Carlos Alberto Bejani estava com d?vidas com o Le?o. Fomos descobrir e havia uma multa no valor de R$ 5 mil referente a um cartaz de propaganda eleitoral.
A taxa j? havia sido paga e o TRE n?o tinha dado baixa. Se a arma estava irregular,
deviam ter segurado, ent?o"
. A C?mara de Desembargadores do Tribunal de Justi?a
concedeu habeas corpus em favor do prefeito.
Para finalizar, Bejani esclareceu o valor encontrado em sua casa, apresentando um
Contrato Particular de Promessa de Compra e Venda referente ? venda da propriedade
rural, localizada no munic?pio de Ewbanck da C?mara. Segundo ele, a venda aconteceu
no dia 03 de abril, ou seja, seis dias antes da Opera??o Pas?rgada. "A fazenda foi vendida por R$ 1 milh?o e 200 mil para Abdalla Agroneg?cios Ltda., representado pelo diretor Marcelo Abdalla da Silva. O pagamento foi efetuado atrav?s de uma entrada
de R$ 1 milh?o, sendo estipulado no ato da assinatura do termo o pagamento do restante
em sete dias a partir da assinatura do contrato"
.
Segundo ele, as explica?es poderiam ter sido passada na semana passada, mas como foi feriado deixou para esclarecer nesta segunda-feira, dia 05 de maio. Entretanto, ap?s passar as informa?es, na coletiva, deixou a sala onde estava, sem responder aos questionamentos dos jornalistas.