Anuário estatéstico 2009 aponta aumento no número de ?nibus urbanos em circulação e queda na quantidade de usuários

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UFJF apresenta Anuário Estatístico 2009 de Juiz de ForaDocumento aponta aumento no número de ônibus urbanos em circulação e queda na quantidade de usuários. Dados econômicos e de infraestrutura são abordados

Clecius Campos
Repórter
13/7/2009

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) apresentou na manhã desta segunda-feira, 13 de junho, o Anuário Estatístico 2009, com base de dados do ano passado. O documento traz informações históricas, geográficas, demográficas, econômicas, de infraestrutura e indicadores sociais do município.

De acordo com o diretor do Centro de Pesquisas Sociais da UFJF, Carlos Alberto Hargreaves Botti, um dos dados mais interessantes é a contradição entre o aumento da frota de ônibus urbano em circulação e a queda na quantidade de pessoas que usam o sistema de transporte coletivo em Juiz de Fora.

Segundo as estatísticas, em 1997, 456 coletivos compunham o sistema de transporte público na cidade. Em 2008, o número subiu para 521, apresentando aumento de 65 ônibus nas ruas. Já a quantidade de passageiros caiu de cerca de 131,6 milhões em 1997 para aproximadamente 99,5 milhões em 2008.

De acordo com Botti, os dados explicam o aumento da passagem de ônibus nos últimos anos. "Já que o valor da tarifa está relacionado com o preço e a depreciação dos veículos, o maior número de ônibus encarece a passagem. E com a diminuição no número de passageiros, o valor tem que ser rateado para menos pessoas. Os números são prova de que a Prefeitura precisa repensar o sistema de transporte viário na cidade."

O Anuário Estatístico aponta ainda crescimento no número de veículos de passeio na cidade, numa média de 7 mil por ano. "Só de 2007 para 2008 a cidade ganhou dez mil novos carros em circulação." A condição das ruas e avenidas em Juiz de Fora também foi justificada por números. Segundo o estudo, enquanto em 2007 foram aplicados 12,8 mil toneladas de asfalto na cidade, beneficiando 32 bairros, em 2008 essa quantidade caiu para 9,4 mil toneladas e ruas de apenas 14 bairros foram asfaltadas. "Por isso a cidade está cheia de buracos."

Crescimento populacional, habitação e ensino

Segundo números do anuário, a população em Juiz de Fora apresentou aumento médio de 1,6% ao ano, a partir de 2000. Na década anterior, o crescimento médio foi de 1,9% ao ano. "Isso mostra que a cidade entra na tendência de declínio populacional, indicando que um município grande não é aquele onde vivem muitas pessoas e sim onde a população vive bem."

O valor dos terrenos na cidade apresenta aumento desde 2002, quando o indicador passou a fazer parte do estudo. Naquele ano, gastava-se em média R$ 350 por metro quadrado de lote. Em 2008, o custo quase dobrou, alcançando média de R$ 627,73. O custo da construção civil também subiu no mesmo período, oscilando entre R$ 16 e R$ 35 em 2002 e entre R$ 30 e R$ 35, em 2008.

Na educação, o número de estudantes matriculados no ensino fundamental em instituições municipais, estaduais e federais caiu 13% de 2002 para 2006. Já em escolas particulares foi registrado acréscimo de 12% no mesmo período. "Esse estudo indica que a educação pública perde espaço para a rede privada neste nível de ensino."

Avaliação é positiva

Botti faz uma avaliação positiva da cidade, frente aos números do anuário. "Juiz de Fora apresenta índices de cidades de primeiro mundo, com dados de qualidade de vida bem semelhantes aos dos grandes centros. O único problema do juizforano é a baixa renda." Em 2005 (pesquisa mais recente), o Produto Interno Bruto a Preços Correntes de Mercado (PIBpm) por habitante era de R$ 10.488,53, valor pouco superior à média do Estado, R$ 10.012,29.

De acordo com o subsecretário de Desenvolvimento Econômico, Jackson Fernandes, ter dados atualizados sobre a cidade e seus indicadores são de extrema importância para a realização de políticas públicas. "Essas informações dão base estatística para a tomada de decisões no âmbito municipal. Elas ajudam, por exemplo, a planejar corretamente o crescimento da cidade, sem que ele cause problemas sociais."

Outros indicadores
Casa do Aconchego Crianças e adolescentes de 07 a 17 anos vítimas de violência sexual, física, psicológica ou por negligência, com atendimento em regime de abrigo. 1 240

Fonte: AMAC - Associação Municipal de Apoio Comunitário; Centro de Pesquisas Sociais / Anuário 2009.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes