Pedestres se arriscam ao atravessar em local destinado a ve?culos

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Pedestres se arriscam ao atravessar em local destinado a ve?culos

Pedestres se arriscam ao atravessar em local destinado à passagem de veículos

Intervenções na avenida levam à necessidade de atenção com pedestres. Para especialista, moradores de cidades vizinhas precisam ser educados

Thiago Stephan
Repórter
9/6/2012

É fato que as intervenções que estão sendo realizadas na avenida Rio Branco trouxeram novidades para pedestres e motoristas. Mudanças nos pontos de ônibus, implantações de traffic calming, novas conversões... Atualmente, é comum ver situações de risco, não apenas motivadas pelas obras, como na interseção da avenida Rio Branco com a rua Santa Rita, onde pedestres preferem se aventurar entre os veículos a usar o espaço destinado à travessia. Nas fotos, é possível ver alguns flagrantes feitos pelo Portal ACESSA.com.

Segundo o presidente do conselho Fiscal da Comissão Municipal de Educação e Segurança no Trânsito (Comset), Mário Jacometti, situações de risco no trânsito ocorrem porque os brasileiros não têm a cultura da prevenção, que começou a ser desenvolvida em diferentes áreas somente nos últimos 25 anos. "A lei de trânsito existe desde 1910, mas a prevenção no trânsito começou em 1988, quando entrou em vigor o Código de Trânsito Brasileiro [CBT], que apresentou uma série de problemas que estão sendo ajustados. Caímos na educação para o trânsito, que é parte mais difícil. Não tem como multar pedestre, apesar de estar previsto na lei. O único caminho é a educação", afirma Jacometti.

Ainda segundo Jacometti, a Comset aguarda a finalização das intervenções na avenida Rio Branco para iniciar campanha educativa, a fim de conscientizar a população sobre as mudanças. "A Comset está esperando que o cenário fique pronto, para implantar campanhas educativas novamente. Se começarmos antes de as obras terminarem, corremos o risco de ter que fazer de novo e jogar dinheiro público fora, o que não faz parte dos nossos projetos. Depois da campanha, temos que fazer o monitoramento, para saber onde a população continua cometendo erros", explica.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) informou que as obras na avenida rio Branco serão finalizadas na segunda quinzena de junho e que, atualmente, a empresa contratada para a execução dos serviços trabalha no bairro Manoel Honório, além de rever pequenos pontos ao longo da avenida.

É preciso educar além de Juiz de Fora

O fato de Juiz de Fora ser referência para mais de 200 cidades também traz preocupação à Comset. "Juiz de Fora recebe essas pessoas todos os dias. Elas não estão estruturadas para atravessar uma avenida Rio Branco e uma avenida Getúlio Vargas. Têm o hábito de atravessar a rua onde querem, tranquilamente. Por isso, esse trabalho de educação também tem que ser feito na entrada das cidades, nos ônibus, carros, em blitzen. É preciso alimentar, de educação, o povo que está chegando à cidade", observa.

Ele relembra que levantamento feito pela Comset há oito anos apontou que 55% dos atropelamentos registrados em Juiz de Fora envolviam pessoas de outras cidades. "Acredito que esse percentual possa até ter aumentado. Até porque os motoristas que vêm de fora não conhecem as armadilhas feitas pelos pedestres, que costumam atravessar fora dos locais indicados. Surgem em um ponto cego que o motorista não consegue enxergar. Aí está feita a tragédia".

Por isso, Jacometti garante que os esforços devem ser feitos em dois sentidos: educar pedestres em relação à sinalização e motoristas em relação aos pedestres. Para esses dois públicos, que às vezes trocam de papel, ele dá dicas. "A orientação para os pedestres é atravessar em locais destinados a eles, que são as faixas e os traffic calmings, que também funcionam como redutores de velocidade. Olhar sempre o foco. O semáforo é para os condutores. Para o pedestre, o foco é aquele bonequinho, onde também é possível ver o temporizador. Em relação ao motorista que circula na área central, a maior velocidade deve ser 60 km, que já é muito".

Segundo a Settra, são desenvolvidos, atualmente, trabalhos de educação para trânsito nas escolas, que incluem teatro e palestras para toda comunidade escolar. Além disso, há cerca de dois meses, teve início um trabalho de educação para o trânsito voltado aos idosos. Para os motoristas, têm as blitzen educativas do projeto "Dê o Exemplo", onde, além de passar por fiscalização, os condutores recebem material educativo. Sobre a avenida Rio Branco, o órgão informou que uma campanha educativa deve ser realizada em breve.

Os textos são revisados por Mariana Benicá