Avião cai e explode no bairro Aeroporto. Oito pessoas morreram

Um avião bimotor King Air B 200 prefixo PR-DOC caiu por volta das 7h55 deste sábado, 28 de julho, no bairro Aeroporto, em Juiz de Fora. Os oito ocupantes morreram mutilados e carbonizados. Segundo informações da Polícia Militar (PM), após a queda, registrada antes do pouso no Aeroporto Francisco Álvares de Assis, o Aeroporto da Serrinha, a aeronave explodiu (veja fotos abaixo).

O acidente ocorreu na rua Doutor Décio Guanabarino, próximo à cabeceira da pista do aeroporto. O avião conduzia o presidente, o vice-presidente e três funcionários da empresa Vilma Alimentos, além do filho do presidente da empresa, do piloto e do copiloto. Eles estariam vindo de Belo Horizonte, para participar de um congresso da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) na cidade. Todos os corpos foram localizados no período da manhã.

A Infraero informou que a aeronave, de propriedade da empresa, decolou, com oito pessoas, do Aeroporto da Pampulha, às 7h07. Ainda segundo a PM, o bimotor atingiu um quiosque localizado na Pousada Aconchego de Minas, explodindo em uma área de mata de uma granja desativada, após atingir fiação elétrica e árvores. Cerca de 60 pessoas estavam hospedadas na pousada, mas ninguém ficou ferido. Um princípio de incêndio teve início no terreno da granja, sendo contido pelos bombeiros. A cerração estava baixa no momento do acidente, ocasionando pouca visibilidade.

O delegado da Polícia Federal, Cláudio Dornelas, informou, no início desta tarde, que a caixa preta do bimotor foi encontrada. Segundo o delegado, os trabalhos das perícias das polícias Civil e Federal já foram concluídos. "Os corpos foram liberados antes mesmo da chegada da equipe de investigação da Aeronáutica devido ao calor, sendo levados ao Instituto Médico Legal (IML), para identificação", diz.

Entre os passageiros da aeronave estavam o presidente da empresa Vilma Alimentos, Domingos Costa, 58 anos; o vice-presidente de Marketing e Vendas, Cezar Roberto de Pinho Tavares, 55 anos; o filho de Domingos Costa, Gabriel Barreira Costa, 14 anos; a gerente de Recursos Humanos, Adriana da Conceição Ezequiel Vilela, 47 anos; a gerente de Controladoria, Lídia Colares de Souza Lima, 31 anos; o analista de Geomarketing, Tiago Felipe Cardoso Bretas, 26 anos; além do piloto, Jair Barbosa, 62 anos; e do copiloto, Rodrigo Henrique Dias da Silva, 35 anos.

De acordo com o major da PM, Sérgio Lara, os policiais foram acionados por volta das 8h. "Os hóspedes da pousada escutaram o barulho e nos comunicaram sobre o acidente." Apesar de não saber precisar o número de policiais envolvidos na ação, Lara disse que militares de várias companhias da PM atuaram no procedimento.

Já o capitão Rubens Valério afirmou que cerca de 20 policiais militares estão trabalhando no isolamento do local. O trecho nas redondezas do acidente está interditado, para facilitar os trabalhos dos bombeiros. Assim, a orientação é para que curiosos evitem o local. Já quem mora no entorno, deve optar por vias alternativas.

Sem condições de pouso

De acordo com o gerente do Aeroporto da Serrinha, Cipriano Magno de Oliveira, a tragédia teria acontecido pouco antes das 8h, quando a rádio de controle do aeroporto estaria fechada. "Apesar disso, o piloto da nave conseguiu fazer um contato com a base, por volta de 7h50, para ter mais informações sobre as condições de pouso", afirma.

Neste contato, de acordo com Oliveira, foi comunicado que não havia condições e que o tempo estava fechado, com visibilidade vertical de 100 pés, sendo que o ideal seriam 600 pés. "Não temos como saber se foi pane da aeronave ou procedimento feito indevidamente. A investigação é feita pelo Seripa III [Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos], um órgão do Rio de Janeiro, que está vindo para Juiz de Fora", acrescenta.

Relatos

Segundo informações de uma moradora do bairro, Mary Grace Hughes, o acidente provocou um barulho muito forte, por volta das 8h. "A janela estremeceu, parecia um terremoto. Levantamos assustados para ver o que era, mas não conseguimos por causa da neblina forte que predominava na hora", diz a jornalista e produtora de moda.

O representante Everton Nunes, hóspede da pousada, conta que estava tomando café no momento do estrondo. "No momento, eu achei que era o transformador do hotel que tinha estourado, mas quando verifiquei, constatei que era um avião." De acordo com Nunes, o avião bateu no quiosque, seguiu em direção à árvore, derramando combustível pelo local.

O responsável pela empresa de resgate, Luciano Carneiro, relata que ficou sabendo do acidente no momento em que encaminhava uma vítima para um hospital da cidade. "Chegamos ao hospital e a equipe da enfermaria achou que estávamos chegando com as vítimas do acidente. Foi neste momento que ficamos sabendo e logo nos deslocamos para o local do fato." Ao chegar ao bairro Aeroporto, os profissionais constataram que os passageiros do avião já estavam mortos.

Prefeitura lamenta

A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), lamentou, por meio de nota enviada à imprensa. "A PJF está profundamente consternada com a morte das oito pessoas. A administração municipal lamenta o ocorrido e transmite sentimentos de pesar aos familiares e amigos das vítimas, colocando-se à disposição para prestar auxílio."