Novo dispositivo luminoso sobre os t?xis gera pol?mica

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Novo dispositivo luminoso sobre os t?xis gera pol?mica

Novo dispositivo luminoso sobre os táxis gera polêmica entre profissionais

Taxistas ouviram ameaças de que seus veículos serão apedrejados e eles sofrerão agressões, caso usem a chamada Luz do Pânico

Andréa Moreira
Repórter
1º/8/2012

O novo letreiro dos táxis de Juiz de Fora, com indicação de luzes verde ou vermelha, indicando, respectivamente, se o veículo está livre ou ocupado, já está gerando divergências entre os taxistas da cidade. A novidade está prevista na Lei Municipal nº 12.436, publicada no Diário Oficial do Município no dia 16 de maio. O prazo para adequação termina no dia 16 de setembro.

A legislação prevê que sobre o bigorrilho (letreiro) dos táxis deverá haver um dispositivo que indique ao usuário na rua se o veículo está ocupado ou livre. Nestes dois casos, as luzes ficarão acessas ininterruptamente.

O dispositivo também poderá ser usado com as luzes intermitentes. A luz verde piscando indica que o táxi está desocupado, mas o motorista está em deslocamento para atender a algum chamado. Já quando é a luz vermelha que funciona intermitentemente, a indicação é que o taxista percebeu algum eventual risco, portanto, solicita um socorro.

E é justamente este último caso que está causando polêmica entre os motoristas, como informa o presidente do Sindicato dos Taxistas de Juiz de Fora, Aparecido Fagundes da Silva. "Recebemos a reclamação de alguns colegas que ouviram de moradores que caso o táxi chegue a certos bairros com a luz vermelha piscando, o seu veículo será apedrejado e o taxista ainda sofrerá agressões. Também chegou até o sindicato que alguns moradores do bairro Santa Rita, por exemplo, vêm fazendo ameaças de maneira explícita."

Mesmo diante das ameaças, o presidente do sindicato reforça a importância da luz vermelha intermitente, conhecida como Luz do Pânico. "Esse equipamento é uma forma a mais de garantir a segurança do taxista. O que recomendamos é que o motorista não se sinta intimidado e use a Luz do Pânico, no caso de perceber algum perigo. Só com esse aviso a polícia, ou até mesmo algum colega, poderá saber sobre um eventual risco que o profissional está correndo", destaca Silva.

Opiniões

O taxista Geovani Rocha já instalou o equipamento em seu veículo há cerca de 15 dias e acredita que este dispositivo irá oferecer mais segurança. "Acho muito importante o uso desta luz sobre o bigorrilho, afinal, irá facilitar a vida dos usuários. Mas, para mim, o mais importante será a segurança que esse dispositivo irá nos proporcionar. Caso eu precise, eu usarei sim."

Já o taxista Aloísio de Castro encontra vantagens e desvantagens no uso do novo dispositivo. "Para o passageiro será muito bom, pois esse encosto de cabeça do banco pode ser confundido com uma pessoa. Por isso, acredito que vá facilitar a vida das pessoas que chamam um táxi. Já sobre a Luz do Pânico, acredito que ela não poderá nos proteger, pois para acioná-la teremos que apertar um botão embaixo do volante e o suposto bandido pode perceber. Sem contar que estamos correndo o risco de termos nosso veículo apedrejado, de acordo com ameaças que já começam a surgir em certos bairros da cidade".

O também taxista Pedro Teixeira possui opinião totalmente contrária ao uso da luz sobre o bigorrilho. "Ainda não instalei este dispositivo e só vou fazer na última hora, pois é exigência de uma lei municipal. Mas acho que esse novo aparelho é muito perigoso para nós, taxistas. Eu e alguns colegas já ouvimos ameaças de que nossos carros serão apedrejados e, pior, os bandidos poderão nos atacar."

Prazo terminando

De acordo com o Sindicato dos Taxistas de Juiz de Fora, até o momento, cerca de 30% dos taxistas instalaram o dispositivo. "Sabemos que o prazo termina no próximo mês. Mas todos os veículos terão que instalar essa iluminação, pois essa é uma determinação de uma lei municipal. Caso o taxista não instale esse equipamento, ele está sujeito a multas, já que estará irregular".

Os textos são revisados por Mariana Benicá