Comerciantes do Centro de Ub? fecham as portas por falta de segurança

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Comerciantes do Centro de Ub? fecham as portas por falta de seguran?a

Comerciantes do Centro de Ubá fecham as portas por falta de segurança

A manifestação teve início por volta das 18h do domingo e, ao todo, 17 estabelecimentos ficaram fechados. Mais de cem funcionários não foram trabalhar

Nathália Carvalho
Repórter
15/10/2012

Após afixarem faixas com os dizeres Hoje estamos assim: fechados por insegurança, diversos estabelecimentos comerciais localizados na região central da cidade de Ubá fecharam as portas durante a noite do último domingo, 14 de outubro, devido a onda de violência no local. Ao todo, 17 comerciantes, incluindo donos de lanchonetes, restaurantes, bares, barracas de cachorro quente, sorveteria, pizzaria e trenzinho infantil, uniram-se na manifestação, e cerca de 100 funcionários ficaram sem trabalhar. De acordo com a Polícia Militar (PM) da cidade, existe policiamento reforçado no local todos os domingos.

Para os proprietários que não trabalharam, o principal problema alegado refere-se a incidência de brigas de gangues na região da Praça São Januário, local que agrega um grande número de pessoas nos finais de semana. "Temos problemas recorrentes de confusões que envolvem jovens de diferentes bairros. Eles apedrejam estabelecimentos, brigam entre si e trazem uma onda de violência que assusta os comerciantes e afasta os clientes", explica a dona da sorveteria Sol e Neve, Maria Inês Silva Chaves, que enquadra a atitude como um protesto contra a insegurança. "O policiamento não é o suficiente. É necessário uma maneira de intimidá-los para que esse tipo de atitude não ocorra mais."

O movimento

De acordo com a comerciante, o movimento teve início por volta das 18h do domingo, quando alguns locais encerraram o atendimento. Outros estabelecimentos, que costumam funcionar apenas na parte da tarde, nem chegaram a abrir. Ela ressalta ainda que comércios que não estão localizados próximos à praça também aderiram ao protesto. "Não estamos ligados a nenhum órgão que oferece respaldo comercial. O desgaste foi o que nos uniu para manifestar contra essa violência que já acontece há muitos anos e fica cada vez pior." Além disso, ela ressalta que o policiamento que existe no local não é o suficiente para sanar o problema.

O proprietário do Restaurante Pezão, Marco Antônio Botaro, lembra que a situação não está baseada apenas nos problemas dos finais de semana. "Estamos vivendo uma série de situações violentas na cidade, com inúmeros assaltos a mão armada contra casas, sítios e comércios", explica. Além disso, ele comenta que o próprio restaurante já foi assaltado duas vezes durante a noite, mas ninguém foi preso. Em outra vez, ele lembra que "depois de uma correria na rua durante uma das brigas, um dos envolvidos veio se esconder dentro do bar e tivemos que expulsá-lo para não causar mais confusão. Isso assusta as pessoas, provoca medo", acrescenta. Além disso, os comerciantes lembram que o fechamento das portas e consequente afastamento dos clientes acaba provocando prejuízo financeiro.

Policiamento

Em nota oficial enviada à imprensa, o 21º Batalhão de Polícia Militar considerou a manifestação legítima porém exagerada, e informou que o trabalho realizado pela instituição na praça e em seu entorno é reforçado nos domingos a noite, com a presença de policiamento fixo no local a partir das 18h até o término do movimento. Foi informado também que não houve, durante este semestre, registro de ocorrências de crimes violentos, apenas relatos de brigas entre grupos de adolescentes, que são apreendidos e encaminhados à Delegacia da Polícia Civil.

Além disso, a polícia informou que zela pela manutenção da ordem e tem buscado, junto aos órgãos públicos e a própria sociedade, um apoio para que seja criado um centro socioeducativo para internação de adolescentes infratores em Ubá. Tal solução seria um possível auxílio na diminuição dos relatos de violência.