Bancários realizam protesto no Calçadão de Juiz de Fora
Bancários realizam protesto no Calçadão de Juiz de Fora
Manifestação contou com ato unificado com Correios e distribuição de cachorro quente para população
Repórter
25/09/2013
Os bancários de Juiz de Fora realizaram, na tarde desta quarta-feira, 24 de setembro, um apitaço seguido de passeata no Calçadão da rua Halfeld. O movimento de greve, que já alcança o sétimo dia de paralisação, almeja, além da negociação salarial, melhores condições de trabalho para a categoria, trazer segurança e agilidade para a população dentro dos estabelecimentos e chamar atenção para o Projeto de Lei (PL) 4330.
De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), mais de 9.600 agências estão com atividades paralisadas em todo o país. Em Juiz de Fora, as agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal não funcionam. Segundo o Sindicato dos Bancários, nenhuma agência do Bradesco funcionou nesta quarta.
Na manifestação, os Sindicatos dos Professores, dos Correios, Têxteis e Metalúrgicos também participaram do movimento. O diretor de bancos públicos dentro do sindicato, Jorge Luiz da Silva, afirma que o movimento precisa ser fortalecido. "Hoje estamos chamando atenção da população para a greve e explicando os motivos. Além disso, queremos conscientizar sobre o PL4330, que visa precarizar todas as relações de trabalho, praticamente eliminando o direito trabalhista em todos os níveis. Todo trabalhador está correndo risco", afirma.
O ex-presidente do Sindicato dos Bancários, Marcos Louzada explicou a situação. "Neste ato, temos companheiros dos Correios, que também passam por problemas na negociação deles. Eles perderam uma cláusula que dava direito a plano de saúde, o que explica a revolta. No nosso caso, os bancos só ofereceram a reposição de inflação sem ganho real. Essa manifestação mostra aos banqueiros que a categoria está unida, e se precisar, iremos lutar", enfatiza.
Após uma série de discursos de sindicalistas, começou a distribuição gratuita de cachorro-quente em frente ao Banco do Brasil da rua Halfeld. Para os grevistas, o ato representa a "cachorrada dos patrões", de acordo com o atual presidente do sindicato, Robson Marques. "Nosso principal alvo é o diretor do Banco do Brasil, Carlos Nery, que está ameaçando demitir os companheiros que entrarem em mobilizações", afirma.
O ato unificado terminou com uma passeata até a agência central dos Correios de Juiz de Fora, onde os trabalhadores fizeram um apelo aos colegas que ainda não aderiram ao movimento.
Populares apoiam movimento
Os populares que passavam pelo Calçadão no momento do ato demonstraram apoio a causa. O administrador Jader Oliveira, 34, acha a greve válida. "É preciso trazer mais segurança ao trabalhador. Os bancos mandam muitos novatos embora por cobrar uma série de resultados por vezes exagerados. Acho que eles estão certos em se unir." No entanto, Oliveira mostra preocupação com a paralisação, especialmente em relação às empresas. "Os bancos parados prejudicam a pessoa jurídica, que tem que honrar com seus funcionários. Alguns não entendem que isso foge da nossa alçada", lamenta.
O estoquista José Roberto Araújo, 44, também apoia os bancários e pede mais funcionários nas agências. "Os bancos têm muitos setores que precisam de mais atendentes. Lembro que tentei abrir uma conta em um banco diversas vezes, esperava horas e não era atendido. Acabei optando por uma outra rede. Se houvesse funcionários suficientes nas instituições, isso não teria acontecido."
Apenas serviços eletrônicos em funcionamento
Segundo Jorge, apenas os serviços em caixas eletrônicos estão funcionando nas agências em que o movimento está atuante. Também é possível realizar transações utilizando o internet-banking, para clientes previamente cadastrados.
Greve em Guaxupé
A greve na Zona da Mata e Sul de Minas também passa a ter o reforço dos bancários do Banco do Brasil de Guaxupé que cruzaram os braços nesta quarta. Os bancários se reúnem novamente em assembleia nesta quinta, a partir das 16h30 na sede social do sindicato.