João do Joaninho é indiciado por cinco crimes

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Sexta-feira, 10 de julho de 2015, atualizada às XXhXX

João do Joaninho é indiciado por cinco crimes

A delegada Dolores Tambasco, do Núcleo de Atendimento às Ocorrências de Maus-Tratos a Animais, indiciou o vereador João do Joaninho (DEM) em cinco crimes, conforme informado durante coletiva nesta sexta-feira, 10 de julho. O inquérito será enviado à Justiça na próxima segunda, 13. Ele responderá por porte ilegal de arma, pelo Estatuto do Desarmamento (art. 4 - Lei 10.826), por transportar a lancha onde foi usada a arma, pelo Código Penal por desobediência (art. 330) e tráfico de influência (art. 332), por usar de posição privilegiada para adquirir favorecimentos durante a ocorrência policial, além dos dois crimes Ambientais previstos nos artigos 29 e 69 da lei 9.605, por matar e caçar animais silvestres e dificultar a fiscalização de questões ambientais. Como solicitado pela Comissão de Ética e de Decoro, da Câmara Municipal de Juiz de Fora, uma cópia do inquérito encerrado será entregue na próxima semana aos vereadores e será anexado ao processo administrativo.

O vereador e um homem, 51 anos, foram flagrados no dia 11 de junho por militares da 4ª Companhia Independente de Meio Ambiente e Trânsito Rodoviário da Polícia Militar e fiscais da Secretaria de estado do Meio Ambiente e de Desenvolvimento Sustentável (Semad) em uma lancha, motor 30hp na represa de Chapéu D'Uvas com três capivaras e um jacu abatidos. Conforme a ocorrência registrada pela 4ª Cia Ind Mat, também foi encontrado dentro da embarcação uma espingarda calibre 22 e munições, com duas deflagradas. O suspeito, 51, assumiu ser o proprietário da arma e ter efetuado a caça ilegal. Ele foi levado à delegacia e foi liberado após pagar fiança de R$ 4 mil. Já o vereador pilotava a lancha durante a caça.

Os policiais relataram que efetuavam patrulhamento aquático pela represa de Chapéu D'Uvas, juntamente, com os fiscais, quando se depararam com a lancha, ocupada por dois homens em atitude suspeita, em alta velocidade. A ordem de parada não foi respeitada, por isso a PM precisou montar cerco, quando realizaram a abordagem. Neste momento, João do Joaninho solicitou aos policiais autorização para buscar sua documentação, que estaria dentro do carro estacionado às margens da represa, próximo a sua residência rural. No entanto, ele não retornou, fugindo do local. O vereador não foi localizado até o momento para mais esclarecimentos.

Conforme a delegada Dolores, o laudo da perícia da Polícia Civil aponta que seria impossível não ver as capivaras abatidas estando dentro da lancha, independente da posição que ele estivesse na embarcação. A carabina apreendida era roubada e a ocorrência do crime foi registrada há 15 anos no estado de São Paulo. Além disso, ela afirma que desde o início da abordagem o João do Joaninho se identificou como vereador e tentou usar de sua influencia como legislador para se favorecer. Por este crime, o ele pode receber pena de dois a cinco anos de prisão, entre as outras indiciações que somam a penalidade de acordo com o entendimento da Justiça.

"Todos os indícios dos autos nos levam a crer que João do Joaninho estava realmente dentro da lancha e que estava participando do ato de crime ambiental, onde as capivaras e jacu foram abatidas. Ele que dirigia a lancha e tentou fugir do local, mas foi cercado pela polícia nas margens da represa. Na abordagem ele conseguiu convencer o policial para deixá-lo em seu carro particular e depois encontrá-lo na balsa para vir até a delegacia em seu veículo evitando constrangimentos. Mas a PM não localizou mais o vereador, sendo indiciado apenas o outro homem".