JF tem primeiro Arranjo Produtivo Local

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JF tem primeiro Arranjo Produtivo Local
Sábado, 27 de maio de 2017, atualizada às 11h30

JF tem primeiro Arranjo Produtivo Local

Da redação

Juiz de Fora teve seu primeiro Arranjo Produtivo Local (APL) reconhecido pelo Governo de Minas, na noite desta sexta-feira, 26 de maio. A cerimônia ocorreu no Morro do Imperador e marcou, também, a abertura do recebimento de propostas, pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), para a ocupação do espaço.

Para o prefeito Bruno Siqueira, a certificação mostra a importância do trabalho dos cervejeiros, que fazem desta bebida produto de destaque: “Queremos e vamos fazer com que a nossa cerveja seja fortalecida. Vamos continuar trabalhando para a valorização do nosso produto, dos nossos empreendedores”.

“Nosso objetivo com essa parceria entre estado, prefeitura e cervejeiros é dar outros passos, no sentido de buscar mecanismos para que esse APL possa ser de fato auxílio para capacitarmos mais cervejeiros em Juiz de Fora e discutirmos mais tecnologia ligada à produção da cerveja. Também será instrumento importante para atrair mais turistas e criar imagem positiva para a cidade”, afirmou o secretário extraordinário de Estado de Desenvolvimento Integrado e Fóruns Regionais (Seedif), Wadson Ribeiro.

O processo de reconhecimento do APL relacionado às indústrias cervejeiras em Juiz de Fora e Zona da Mata foi solicitado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (Sedettur) da Prefeitura. Atualmente, a cidade possui mais de dez cervejarias, que geram, aproximadamente, 400 empregos diretos e mil indiretos.

O documento destaca a cultura do consumo e da produção da cerveja trazida pelos povos germânicos e os frutos para a economia do município, que, já na década de 1920 tinha mais de dez cervejarias em atividade. Soma-se a isso o fato de Juiz de Fora sediar a primeira cervejaria fundada em Minas Gerais – a Barbante, de 1861 - e abrigar uma produtora centenária, trazida por padres holandeses, instalada no mosteiro da Igreja da Glória, talvez, então, a única em atividade na América do Sul.

A tradição da produção cervejeira na cidade foi suspensa durante mais de 30 anos e retomado com o movimento de “Renascimento das Microcervejarias”, em 2007, impulsionando diversos segmentos, como o da Alimentação Fora do Lar. A mobilização em torno do tema despertou ações do “Circuito Turístico Caminho Novo”, com a apresentação da cerveja como atrativo turístico; do Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com a qualificação e desenvolvimento de ações para o fortalecimento do setor; e da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Regional Zona da Mata (Abrasel ZM), que, a partir de 2015, assume o protagonismo na realização de eventos de rua voltados à promoção da cultura da cerveja.

O número de produtores caseiros nos últimos anos motivou a fundação da Associação dos Cervejeiros da Zona da Mata (ACZ), que contribui para a formação de novos produtores e formalização daqueles que se interessam em profissionalizar suas atividades. Com objetivo semelhante está em curso a execução do projeto “Escola Cervejeira do Mirante”, que também servirá de “incubadora” de novos negócios.

Em Juiz de Fora, o produto é ainda objeto de pesquisa dos discentes e docentes da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), principalmente do curso de Turismo, e tema do livro “Cervejas, Alemães e Juiz de Fora”, de Alexandre Maestrini, lançado em 2015.

Espaço é aberto a propostas da população

A partir de agora, a população poderá consultar e submeter ao Departamento de Incentivo ao Turismo da Sedettur, propostas para utilização do complexo do Morro do Imperador. “