Funcionários dos Correios em Juiz de Fora aderem é greve

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Quarta-feira, 11 de setembro de 2019, atualizada às 14h

Funcionários dos Correios em Juiz de Fora aderem à greve

Jorge Júnior
Editor

Funcionários dos Correios de Juiz de Fora, Ubá, Barbacena, Muriaé, Visconde do Rio Branco, Santos Dumont, Recreio e Cataguases aderiram à greve nacional, deflagrada na noite da última terça-feira, 10 de setembro.

Segundo Reginaldo de Freitas Souza, diretor de formação e relações do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Comunicação Postal, Telegráfica e Similares de Juiz de Fora e Região (Sintect/JFA), "o movimento foi ganhando adesão desde ontem. Hoje cerca de 50 trabalhadores cruzaram os braços por tempo indeterminado. A nossa intenção é de que esse número aumente".

A decisão, segundo Reginaldo, é para reivindicar a intenção da empresa de suprimir 45 cláusulas do acordo trabalhista. "A direção dos Correios se negou a negociar com os trabalhadores. O próprio TST denunciou isso. A intenção do governo e da direção é acabar com os benefícios da categoria. Por isso se negam a negociar o Acordo Coletivo", diz.

Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Comunicação Postal, Telegráfica e Similares de Minas Gerais, afirmou: "a greve é a única saída para os trabalhadores diante da intransigência da direção da empresa que se mantém irredutível na sua proposta miserável de 0,8% de reajuste salarial e retirada de todos os direitos da categoria. Não podemos esquecer que na última semana, o ministro da economia, Paulo Guedes, chamou todos os trabalhadores dos Correios de “gafanhotos”, afirmando que os ecetistas são os responsáveis pelo sucateamento da ECT. Repudiamos a fala de Guedes, um dos investigados no caso do “rombo” do Fundo de Pensão dos trabalhadores dos Correios, o Postalis. É o governo entreguista que está destruindo a maior Estatal do País e não os trabalhadores, que construíram e carregam esta Empresa nas costas, com muito suor e trabalho. Desta forma, conclamamos todos os trabalhadores que ainda estão na dúvida para entrarem imediatamente na greve e assumir sua parcela de responsabilidade nesta batalha. A luta é em defesa dos nossos direitos, empregos e sustento das nossas famílias".

Uma manifestação está marcada para esta quinta-feira, 12 de setembro, na porta da unidade na Avenida Rui Barbosa, em Santa Terezinha.

Em nota, a assessoria dos Correios informou: "a paralisação parcial dos empregados dos Correios, iniciada nesta terça-feira (10) pelas representações sindicais da categoria, não afeta os serviços de atendimento da estatal. A empresa já colocou em prática seu Plano de Continuidade de Negócios para minimizar os impactos à população. Medidas como o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e a realização de mutirões estão sendo adotadas.

Levantamento parcial realizado na manhã desta quarta-feira (11) hoje mostra que 82% o efetivo total dos Correios no Brasil está trabalhando regularmente. Em Minas Gerais, 92% dos empregados estão trabalhando normalmente.

Negociação — Conforme amplamente divulgado, os Correios estão executando um plano de saneamento financeiro para garantir sua competitividade e sustentabilidade. Desde o início de julho, a empresa participa de reuniões com os representantes dos empregados, nos quais foi apresentada a real situação econômica da estatal e propostas para o acordo dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado, atualmente na ordem de R$ 3 bilhões. As federações, no entanto, expuseram propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa.

Vale ressaltar que, neste momento, um movimento dessa natureza agrava ainda mais a combalida situação econômica da estatal. Por essa razão, os Correios contam com a compreensão e responsabilidade de todos os seus empregados, que precisam se engajar na missão de recuperar a sustentabilidade da empresa e os índices de eficiência dos serviços prestados à população brasileira."