Mancha escura no c?rrego Humait? polui Rio Paraibuna
Mancha escura no c?rrego Humait? polui Rio Paraibuna A suspeita dos moradores pr?ximo ao local ? a de que a mancha seja proveniente de alguma ind?stria de tinturaria. Cesama diz que n?o tem poder de fiscaliza??o
Rep?rter
02/12/2008
N?o h? como n?o perceber a polui??o do Rio Paraibuna. Ao passar, seja andando ou de carro, ?s margens que cortam a cidade, ? poss?vel constatar lixos jogados e uma ?gua com brilho de ?leo, efluentes lan?ados, al?m de esgoto. O Rio, segundo o presidente da Associa??o pelo Meio Ambiente de Juiz de Fora (AMAJF), Theodoro Guerra, possui altos ?ndices de polui??o.
Os moradores do bairro Industrial presenciam pessoas atirando lixo no Paraibuna.
"T?m uns que v?m de longe. N?o ? o pessoal do bairro que joga. J? vi gente lan?ando
at? sof? velho"
, declara a moradora I?da de Assis Valle, 64 anos. O t?cnico de
seguran?a do trabalho, Maur?cio de Lima e Souza, trabalha h? dez anos na regi?o,
afirma que, com freq??ncia, observa mancha de ?leo no Paraibuna.
Entretanto, o que mais incomoda os moradores ? a situa??o do c?rrego Humait?, na avenida L?cio Bittencourt. "Esse c?rrego aparece colorido de vez em quando"
, conta
o auxiliar de mec?nico Breno Jos? Costa Garcia, 18 anos. A dona de casa Helena
Aparecida Garcia Alves, 50 anos, diz que a ?gua colorida que desce pelo
c?rrego, desembocando no Paraibuna, provoca mau cheiro e o aparecimento de mosquitos.
A confeiteira Maria Aparecida Rocha Barbosa, 38 anos, afirma que a situa??o ocorre h? v?rios anos e que ningu?m toma provid?ncias para evitar o despejo. A suspeita ? de que a tinta seja proveniente de uma tinturaria, localizada no distrito industrial do Milho Branco.
No bairro existem v?rias tinturarias. A Cesama informa que n?o tem poder de fiscaliza??o. Segundo o ?rg?o, as ind?strias possuem fontes alternativas de abastecimento, das quais n?o recebe not?cias de vaz?o. Conversamos com a funcion?ria de uma, que n?o quis se identificar. Ela informou que a empresa est? construindo uma esta??o de tratamento de afluentes e efluentes. Na outra tinturaria com a qual fizemos o contato j? existe a esta??o, segundo o profissional que atendeu o portal ACESSA.com.
Para Guerra, o despejo de poluentes qu?micos no Rio ? falta de consci?ncia dos indiv?duos
e, no caso de empresas, de profissionalismo. "Toda empresa deve cumprir com procedimentos
de preserva??o do meio ambiente. Corpora?es que faltam com a responsabilidade ficam
sujeitas ? multa"
diz.
A mesma situa??o ocorre ao logo do Paraibuna, em que s?o detectados
produtos qu?micos e derivados como corantes para tingimento, soda c?ustica, cloro,
s?dio, merc?rio, f?sforo, detergentes, fixadores, ?leos, graxas, entre outros. Os
agrot?xicos tamb?m contribuem para a polui??o do rio. Entretanto, o grande vil?o
da polui??o no rio ? o esgoto dom?stico. "Uma pessoa gera, em m?dia, 80 litros
de esgoto por dia"
, declara o presidente da AMAJF.
Despolui??o do Rio Paraibuna
Para evitar problemas de abastecimentos no futuro de munic?pios que dependem do Paraibuna, a Prefeitura Municipal de Juiz de Fora lan?ou o projeto integral de despolui??o do Rio. Nele, est? prevista a constru??o da Esta??o de Tratamento de Esgoto (ETE) Uni?o Ind?stria, em Granjas Bethel, a complementa??o da ETE Barbosa Lage em funcionamento com 25% de sua capacidade total.
Com investimento de R$ 70.260.000,00, sendo 10% a contrapartida da Prefeitura, o Programa de Revitaliza??o Urbana e Recupera??o Ambiental do Rio Paraibuna foi assinado em 30 de junho de 2006. As obras de constru??o da Esta??o de Tratamento de Esgoto Uni?o Ind?stria foram iniciadas em outubro de 2007, mas, tiveram que ser paralisada na fase de execu??o das estacas dos reatores e da constru??o dos pr?dios administrativos que integrar?o a ETE. At? o m?s de abril, foi aplicado o valor de R$ 2,5 milh?es, tendo sido realizado 13,31% das obras.
A obra foi interrompida, pois a Pol?cia Federal durante a Opera??o Jo?o de Barro deflagrada em junho apreendeu os processos da Prefeitura e, com problemas financeiros pelos quais o Executivo passa, n?o h? como arcar com a contrapartida assumida.
A Secretaria de Planejamento e Gest?o Estrat?gica (SPGE), coordenadora do projeto, afirma que a esta??o ter? essencial fun??o no processo de despolui??o do Rio Paraibuna, sendo de fundamental import?ncia para toda cidade, pois seus benef?cios atender?o a 70% da popula??o juizforana. Em funcionamento, a ETE Uni?o Ind?stria ter? uma vaz?o m?dia de 860 litros por segundo.
Outras solu?es
O representante do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Condema), o professor e coordenador
do curso de an?lise ambiental da Universidade
Federal de Juiz de Fora (UFJF), C?zar Barra, questiona se a ETE em Granjas Bethel ser? suficiente para fazer o tratamento de esgoto. Ele defende a id?ia de fazer a constru??o de outras esta?es, distribu?das pela cidade. Guerra, entretanto, afirma que ? dif?cil encontrar uma localiza??o para instal?-las. "A comunidade reclama de mal cheiro e desvaloriza a ?rea de implanta??o"
.
Para Barra, o ideal seria come?ar a despolui??o pelos c?rregos que desaguam no Paraibuna
e depois trabalhar diretamento no rio. Guerra concorda. "Deveriam ser feitas interven?es pontuais para diminuir a carga de esgoto no Rio"
,
diz.
Atitudes da popula??o que ajudam a combater a polui??o
A comunidade pode ajudar a combater a polui??o. O presidente da AMA lista algumas atitudes:
- Comunidade deve se mobilizar contra a?es irregulares de empresas ou vizinhos, que estejam provocando a polui??o do rio;
-
Cobrar das autoridades iniciativas eficazes de combate ? polui??o.
"Todos os juizforanos pagam conta de ?gua e consta a taxa de esgoto. N?o basta tirar o esgoto de perto da casa";
- N?o jogar lixo em local errado;
- Pedir orienta??o para ligar a ?gua pluvial ? rede de esgoto;
- Economizar ?gua.
Projeto de lei pro?be despejo de lixo em nascentes e cursos d??gua
Conforme o projeto de lei, que prev? a preserva??o de nascentes de rios, promulgado pela C?mara Municipal, no ?ltimo dia 24 de novembro, fica proibido o despejo de lixo ou entulho em nascentes, cursos ou desembocadouros de c?rregos, lagoas ou bacias hidrogr?ficas situadas no munic?pio. Quem n?o cumprir a lei poder? ser multado em 500 UFIRs, e o dobro do valor, a partir da segunda infra??o. Falta, agora, o Executivo regulamentar o projeto.