BESOURO AZUL – Crítica
Com uma série de lançamentos de filmes medíocres a ruins, o Universo DC se tornou um projeto praticamente falido, até que a Warner viu em James Gunn, o reflexo de um redentor. O Produtor, que antes pertencia a Marvel e com ótimos filmes em seu currículo, chegou no DCU reformulando todo seu repertório, decidindo por um recomeço de todas as suas produções, mantendo apenas Besouro Azul no circuito de lançamento. Será que o “Messias” do universo de super-heróis, tomou uma decisão acertada?
BESOURO AZUL – Crítica
Inicialmente, é preciso estabelecer que Bruna Marquezine venceu duas vezes! A primeira, por ter chegado a Hollywood; e a segunda, por ter estreado sua carreira internacional em um filme que, apesar de ainda ser pouco aceito pelo público, é um dos maiores acertos da DC dos últimos tempos. E desse modo, podemos afirmar que James Gunn sabe muito bem o que faz!E a decisão do experiente diretor do gênero, tomada de forma prudente se deve a uma história que foge dos rituais de filmes americanos, dando grande espaço para a cultura latina, desde sua ambientação à sua composição de elenco, trilha sonora e costumes.
Em sua premissa, o longa conta a história de origem de um jovem que, ao se conectar com um dispositivo chamado Escaravelho, tem seu DNA fundido ao artefato alienígena, se tornando um hospedeiro do ‘inseto mecânico’. Com isso, ele adquire grandes habilidades e uma tecnologia super avançada, mudando completamente sua vida e de sua família, tendo que protege-la de uma ambiciosa empresária que pretende usar o objeto para criar um exército super poderoso.Dada sinopse, há várias ótimas combinações que tornam a trama interessante, apesar de aparentemente trivial. Uma delas, é a composição da família de Jamie Reyes, com um arco bastante comovente e cativante, sendo base central dos dilemas que passam a surgir após a fusão do jovem com o Escaravelho.
Desse laço, surgem excelentes momentos de cordialidade, harmonia, cumplicidade e afeto genuíno, uma vez que cada personagem torna sua individualidade uma parte de um todo, que é o núcleo familiar.E há que se destacar Bruna Marquezine que, talentosa como conhecemos, assume um lugar de protagonista, com uma personagem bastante cativante, repleta de camadas, não resumida ao estereótipo da menina bonita que é salva pelo herói. Aliás, há um grande diferencial de abordagem, visto que durante todo o filme, há espaço para que Besouro azul se defina em um super-herói em construção, permitindo que personagens secundários também assumam o papel de heróis.
Os efeitos visuais são excelentes, realistas e empolgantes, somados a incríveis coreografias de lutas e câmeras em movimento, causando adrenalina necessária para as cenas de ação. Com atuações operantes, todos os personagens têm o seu momento particular em cena, causando empatia do espectador com todos eles, algo que raramente vem acontecendo para os filmes do gênero.E isso se deve ao desenvolvimento do roteiro que prefere enfatizar uma trama central mais simplista, e a partir daí, conduzir a narrativa para um enredo repleto de mensagens positivas e algumas até reflexivas, dando um peso certo de dramaticidade. O Humor é muito bem encaixado, sendo o maior condutor da narrativa, sem atropelar momentos tensos e emocionantes que alguns atos possuem, resultando em uma história que consegue o perfeito equilíbrio entre o sutil e sofisticado, divertido e tocante, a ação e o drama, a aventura e o romance.
Besouro Azul é uma obra magnífica para seu gênero, se consolidando um dos melhores filmes da DC desde o Cavaleiro das Trevas. Um excelente e divertido filme que explora a simplicidade da narrativa, provando que muitas vezes, o menos pode resultar em algo muito maior que as expectativas, que merece toda dedicação do público a assisti-lo nos cinemas.
Nota 9.6