Seus Direitos
Voc? sabe o que elas querem dizer?
O que determina a nova portaria da Anvisa?
D?bora Sereno
06/04/04
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Atrav?s da sua Ouvidoria e das reclama?es que chegavam ao ?rg?o atrav?s
dos mais diversos canais, a ag?ncia descobriu aquilo que j? era senso comum:
as bulas dos medicamentos muitas vezes n?o cumprem com o dever de esclarecer
sobre os medicamentos e, em alguns casos, confundem mais do que informam. Mas o que elas dizem? Sibele Motta Costa conhece os dois lados da moeda. Com vinte anos de
experi?ncia, a farmac?utica trabalhou a maior parte do tempo na ind?stria de
rem?dios e sabe que a tarefa de elaborar as bulas n?o ? nada f?cil. "A cada
dia temos que colocar uma informa??o nova. ? tanta coisa, que o jeito ?
espremer tudo mesmo. E, em alguns casos, s?o informa?es desnecess?rias". As dificuldades para profissionais Agora, h? dois anos trabalhando direto com o p?blico em uma farm?cia,
Sibele concorda com as reclama?es. "Muitas bulas s?o incompletas e n?o esclarecem o m?nimo necess?rio sobre o medicamento". A profissional diz que ?s vezes tem que entrar em contato com as empresas para tentar esclarecer
algumas d?vidas. Mas credita que, se tomadas as provid?ncias que est?o sendo
anunciadas, a situa??o deve melhorar muito.
J? o m?dico Luciano Furtado (foto acima)
se diz satisfeito com a maior parte das bulas, apesar de concordar que em
alguns casos elas s?o incompletas."O papel principal da bula ? informar ao paciente sobre as rea?es adversas. E isso, a maior parte cumpre".
Mas Luciano
aponta outro possibilidade: "Se a linguagem for simplificada cada vez mais,
o paciente pode acabar tendo mais facilidade para se auto-medicar". Assim como a Cleimar, ele concorda que o paciente muitas
vezes utiliza a bula de forma errada: busca informa?es para a pr?tica da
auto-medica??o. Outros ficam impressionados com os poss?veis efeitos
colaterais e come?am a buscar sintomas onde n?o existem problemas. O que esperar da nova resolu??o Al?m disso, terminou na ?ltima semana de mar?o, o prazo para que fabricantes de aproximadamente 600 produtos, que integram a lista de
medicamentos de refer?ncia das ag?ncia, enviassem ? Anvisa bulas adequadas ao novo formato. O ?rg?o agora
ir? fazer a revis?o das documentos e ir? disponibilizar os texto para que eles sirvam de modelo para a produ??o de textos
dos gen?ricos e similares. A Anvisa prev? que essa etapa seja
finalizada at? o segundo semestre de 2004. Depois disso, os fabricantes
ter?o 180 dias para se adaptar ?s novas regras. Outra iniciativa da Anvisa,
aprovada por profissionais, ? a cria??o do Bul?rio Eletr?nico - uma
p?gina na Internet com todas as bulas aprovadas pelo ?rg?o em formato
digital.
Num ponto profissionais e leigos concordam se forem adotadas as mudan?as
previstas, ler um bula de rem?dio ser? bem f?cil. E todos saem ganhando:
consumidor e profissionais.
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Quem t?m o h?bito de ler as bulas conhece o problema. A principal reclama??o
dos usu?rios diz respeito ao tamanho das letras. Na tentativa de colocar o
maior n?mero de informa?es poss?veis no menor peda?o de papel, a ind?stria
farmac?utica acaba espremendo tudo em letras mi?das.
A nova resolu??o RDC 140, que veio ? tona em maio de 2003, come?a a trazer os
primeiros resultados. O documento determina detalhadamente as informa?es que devem constar na bula e a melhor forma de faz?-lo. As mudan?as foram feitas com base nas reclama?es mais comuns entre
os consumidores e profissionais. O projeto foi submetido ? consulta de
universidades, hospitais, ?rg?os de defesa do consumidor e entidades de
classe, para que estas pudessem opinar na legisla??o.