Jason Derulo no Rock in Rio vira Anitta masculina com tanquinho lustroso

Por CARLOS ALBUQUERQUE E SILAS MARTÍ

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Jason Derulo não se move como Mick Jagger, mas sabe muitíssimo bem dançar conforme a música. Segunda atração do palco Mundo no Rock in Rio neste domingo, o cantor, ator e, pode-se dizer, tiktoker americano fez uma apresentação sem tropeços, mas sem grandes emoções.

Ao longo de pouco mais de uma hora de show, seu pop de diluídas tintas R&B pareceu, muitas vezes, apenas som de fundo para cada uma das animadas coreografias puxadas por ele.

De óculos escuros e usando um casaco de couro com pontas que o deixava parecido com o vampiro Blade, o astro de 32 anos abriu o show com "Whatcha Say", faixa do seu homônimo álbum de estreia, sobre um homem que pede perdão à companheira após tê-la traído.

Voz impecável e indistinguível, na melhor escola American Idol, ele emendou com a onda hip-hop de "Wiggle" e saiu surfando um hit atrás do outro.

Com a ajuda do som alto e com pressão, Derulo ganhou força, emendando "Savage Love" e "In My Head", durante a qual tirou o casaco e ameaçou humilhar as barrigas de chope presentes com seu tanquinho.

Mais novo amigo de Narcisa Tamborindeguy, ele gastou o falsete em "Riding Solo". Depois, parou no meio o reggaeton "1, 2, 3" para encaixar seu remix do funk "Bum Bum Tam Tam", do MC Fioti, finalizado com uma mentira sincera sobre a música brasiieira --"É o meu som favorito", disse.

As coisas seguiram calorosas com a participação virtual de Nicki Minaj no telão em "Swalla", embora o frenesi dos dançarinos às vezes parecesse ofuscar o astro principal. Depois de Derulo ativar a tecla "fofura" ao levar o filho, Jason, de um ano e meio, ao palco, durante "Trumpets", o ritmo do show entrou numa curva descendente, só recuperado com a colagem de "Seven Nations army", do White Stripes, em "The Other Side", e na derradeira "Won't Forget You". Mesmo assim, foi uma aula. De aeróbica. Mal não fez.

Lá pelo final do show, ele pediu que falassem sacanagem com ele. Àquela altura, ele já tinha tirado a camiseta e exibido um tanquinho lustroso de fazer inveja a qualquer playboy de Ipanema.

Jason Derulo se assume como homem-objeto no palco sem o menor problema. E gosta disso. É um homem irretocável, estátua grega que sabe fazer cara de safado, ostentando isso sem o menor problema.

Manteve o público no bolso durante a apresentação, em que foi de astro pornô a pai de família sem escalas, mantendo o corpo estonteante em evidência. É a perfeita versão masculina de uma Anitta ou Beyoncé, e isso deixou a plateia de joelhos.