Balés 'Fôlego' e 'Motriz' são palco de protestos contra gestores do Municipal

Por GUSTAVO ZEITEL

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os aplausos ao Balé da Cidade de São Paulo, que se apresentou no Municipal nesta quinta-feira (2), foram entremeados por protestos contra a organização social Sustenidos, que gere o teatro.

Ao término de "Fôlego" e "Motriz", coreografias de Rafaela Sahyoun e Cassi Abranches, respectivamente, gritos de "fora, Sustenidos!" foram ouvidos, vindos das galerias superiores do teatro. O protesto foi aplaudido calorosamente pelo público.

Uma reportagem deste jornal mostrou que os corpos artísticos do Municipal vivem em pé de guerra com a Sustenidos, desde que um teste com nota de corte para reavaliação dos integrantes do coro lírico foi anunciado. Segundo os funcionários, o teste seria uma tentativa de cortar o excesso de despesas.

A avaliação foi suspensa, mas o clima de insatisfação permanece entre os coristas, com o apoio da orquestra.

O balé da cidade foi um dos corpos artísticos que denunciaram um processo de esvaziamento da estrutura do Municipal, com a demissão da diretora-assistente e a falta de uma sede apropriada para os ensaios. A organização social admitiu, em reunião com representantes dos corpos artísticos na semana passada, um déficit de R$ 13 milhões para 2023.

De acordo com a Sustenidos, o déficit foi causado pela falta de reajuste proporcional à inflação, nos repasses executados pela prefeitura. A diretora da Sustenidos, Andrea Caruso Saturnino, ameaçou demitir 106 funcionários até fevereiro, para reequilibrar as contas da instituição.