Cidade de Cannes proíbe manifestações nos arredores do festival de cinema
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) A cidade de Cannes decidiu banir protestos pela Croisette e os seus arredores durante o Festival de Cannes. Entre os dias 16 e 27 de maio a passarela ficará cheia de figurões da indústria cinematográfica.
A proibição decretada pelas autoridades é para evitar distúrbios aos cidadãos da cidade, segundo a revista Variety. A França, pais que sedia o evento, vem recebendo uma onda de manifestações contra a reforma da Previdência do governo de Emmanuel Macron desde janeiro deste ano.
Ainda assim, uma manifestação do sindicato CGT (Confederação Geral do Trabalho), representado pelo diretor de fotografia Denis Gravouil no conselho que administra o festival, está prevista para o dia 21 de maio. Nesse caso, ela acontecerá no Boulevard Carnot, longe da Croisette e da sede do evento.
"Isso ilustra a maneira como esse governo funciona, seja em Cannes ou em outro lugar", disse Gravouil à Variety.
Desde ataques terroristas ocorridos em 2016, Cannes tem restringido manifestações pela Croisette. Ainda assim, a confederação busca negociar com as autoridades regionais um acordo sobre o caminho que as manifestações percorrerão para que seja perto o suficiente da passarela e chamem mais a atenção.
Mas manifestações no tapete vermelho do festival de cinema não são fora do comum. Na edição do ano passado, por exemplo, ucranianos protestaram contra a invasão russa.
"Sempre foi possível encontrar um meio termo, mas desta vez dizem que têm medo que degenere, mas francamente não sei se é mesmo medo ou vontade de não dar visibilidade às nossas reivindicações sobre a reforma da Previdência ou o que está acontecendo no mundo do cinema", afirma Celine Petit, do CGT.
Ela diz que as manifestações também buscam denunciar a forma como as mulheres são tratadas na indústria cinematográfica.