Zé Celso perdeu irmão mais novo, assassinado com 107 facadas em 1987

Por Folhapress

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Zé Celso Martinez Corrêa morreu nesta quinta-feira (6), aos 86 anos, após um incêndio atingir o apartamento do dramaturgo, em São Paulo.

A vida do artista foi marcada por uma perda trágica em 1987: seu irmão, Luiz Antonio, foi assassinado aos 37 anos com 107 facadas.

O crime foi relembrado pelo encenador Gerald Thomas: "É 1987: o telefone toca no meio da noite e alguém está gritando. Eu quero desligar, mas não consigo. Parece que conheço esta voz. Sim, eu conheço esta voz. É do Zé Celso. 'É meu irmão, Gerald É meu irmão!!! Corra até a casa dele, Gerald. Corre, vai. Por favor'", escreveu no Instagram.

Me vesti e corri porta afora, meus joelhos tremiam. O Luiz Antonio morava a um quarteirão de lá. Quando cheguei no prédio da Rua Maria Quitéria a polícia já estava lá e eu senti o cheiro do terror, do horror no ar. O que aconteceu? Luiz Antonio Martinez Correa, 37 anos, havia sido assassinado. Gerald Thomas

O CRIME

Luís Antonio Martinez era 13 anos mais novo que Zé Celso. Também era diretor, ator, cenógrafo e tradutor no teatro.

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Em 23 de dezembro de 1987, seu corpo foi encontrado com pés e mãos amarrados em seu apartamento em Ipanema.

Luís Antônio tinha sido estrangulado e ferido com 107 facadas. Pertences do diretor e 17 mil cruzados (moeda da época) foram roubados.

O surfista Gláucio Garcia de Arruda foi identificado pelo porteiro como a última pessoa a entrar no apartamento do diretor.

Gláucia chegou a ser absolvido em primeira instância, mas foi condenado em segunda instância a 20 anos de prisão por roubo seguido de morte.

A característica violenta do assassinato levou a classe artística a classificá-lo como um crime de intolerância e homofobia.

O QUE ACONTECEU

O apartamento do ator foi atingido por um incêndio. O imóvel fica localizado no bairro do Paraíso, na capital paulista.

Zé Celso precisou ser internado. Ele teve mais de 50% do corpo queimado.

Os outros três moradores da casa, entre eles o marido do diretor, Marcelo Drummond, ficaram "em observação" devido à inalação de fumaça.

O cachorro de estimação do ator, chamado "Nagô", também ficou em observação, mas já teve alta.