Museu do Louvre já fechou antes durante guerra e quadros foram guardados
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O museu do Louvre, emblema da cultura francesa, fechou na manhã deste sábado (14) depois de receber uma mensagem de ameaça. A decisão ocorre um dia após um ataque a faca em uma escola na cidade de Arras, no norte da França, que, classificado de terrorista, deixou ao menos um morto.
A Procuradoria Nacional Antiterrorismo da França investiga se o ato tem ligação com organizações terroristas, já que aconteceu em contexto de escalada das tensões entre as comunidades judaica e muçulmana no país devido à guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
Esta não é a primeira vez que a instituição fechou as portas diante de conflitos. No início da Segunda Guerra Mundial, quando a Alemanha de Hitler invadiu a Áustria e uma parte da Tchecoslováquia, as autoridades francesas começaram a transferir obras de arte para castelos longes dos alvos das bombas. Começou, então, uma espécie de esconde-esconde para proteger o acervo francês.
Antes disso, diretores do museu catalogaram as principais peças importantes e coleções públicas e privadas a serem escondidas. Quando a Alemanha ocupou os Sudetas ?região do sudoeste, norte e oeste da atual República Checa?, muitas obras valiosas, como a "Mona Lisa" de Leonardo Da Vinci, foram transferidas para o Château de Chambord e depois distribuídas para outros lugares.
Outras esculturas, como a "Vitória de Samotrácia" e a "Vênus de Milo", foram enviadas ao Château de Valençay. As antiguidades egípcias foram enviadas para o castelo de Courtalan, transportadas em comboios de caminhões. Levaram cerca de dois dias para serem embaladas.
Quando a guerra enfim foi declarada, em 1939, no museu restaram obras que eram muito pesadas, outras que estavam sendo restauradas, e as consideradas menos importantes, que ficaram no porão.
Após Paris ser invadida em 1940, o Louvre abriu as portas ao público totalmente diferente do que era. A arte só começou a retornar ao museu em 1945, após a libertação da França.
O país tem um histórico de terrorismo que afetou o turismo. Em 2015, por exemplo, o museu do Louvre fechou as portas para o público por causa da série de atentados ocorrida em novembro, que deixou mais de 120 mortos e 180 feridos.