Globo paga R$ 60 mil de indenização a ex-goleiro do Vasco 'humilhado' em transmissão de jogo

Por GABRIEL VAQUER

ARACAJU, SE (FOLHAPRESS) - O goleiro Sidney Aparecido Ramos, o Sidão, descobriu nesta semana que a Globo pagou os cerca de R$ 60 mil de indenização que devia a ele após perder uma ação judicial movida pelo jogador contra a emissora. O atleta poderá movimentar o dinheiro já nos próximos dias.

A informação foi confirmada pelo advogado de Sidão, Marcelo Morel, à reportagem. "A Globo já fez, sim, o depósito em juízo do valor da condenação, que acrescido de juros, correção e verbas sucumbenciais, alcançou aproximadamente R$ 60 mil. Do nosso lado, peticionamos ao juiz requerendo o levantamento da referida quantia", diz Morel.

A ação foi aberta por Sidão em 2020, no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo). Em 12 de maio de 2019, Dia das Mães, Sidão foi titular pelo Vasco na partida contra o São Paulo. O goleiro cometeu diversas falhas que foram cruciais para o resultado: um revés de 3 a 0 para o time carioca.

Naquele ano, a Globo começou a eleger o "Craque do Jogo" nas partidas que transmitia e colocou a responsabilidade na mão dos telespectadores, por meio de votação na internet. Sidão foi eleito com 90% dos votos, numa situação considerada de chacota.

A emissora, mesmo assim, entregou o troféu ao goleiro, colocando-o em uma posição que ele achou constrangedora. "A emissora poderia, simplesmente, ter optado por não entregar o troféu ao autor, poupando-lhe de tamanha humilhação e constrangimento em rede nacional", afirmaram à Justiça os advogados.

Sidão disse ainda que o caso fez seus contratos no futebol minguarem. Em sua defesa, a Globo afirmou que, após o caso, modificou o regulamento da premiação para evitar novas situações do tipo e fez um pedido de desculpas público e privado ao atleta. A TV lembrou, porém, que ele já tinha idade avançada para um jogador na ocasião.

A Globo perdeu em todas as instâncias em que tentou reverter a decisão. Sem saída, a emissora decidiu fazer o pagamento da indenização em juízo, e que será disponibilizado ao jogador em breve.

Ao todo, a empresa pagou R$ 30 mil acrescidos de juros, correção, custos do processo e pagamento de honorários aos advogados que defenderam Sidão, o que dá um total de cerca de R$ 60 mil. Inicialmente, Sidão pedia R$ 1 milhão.

Atualmente com 40 anos, Sidão jogou a última temporada de futebol no Azuriz, time da primeira divisão do Paraná que disputou a Série D do Brasileirão.