Estilista que vestiu Beyoncé em Salvador explica conceito de look de R$ 17 mil

Por GUSTAVO ZEITEL

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em sua visita relâmpago ao Brasil, na quinta-feira, Beyoncé usou um look da grife brasileira PatBO, avaliado em R$ 17 mil. Patrícia Bonaldi, proprietária da marca, diz que Shiona Turni, a estilista da cantora, entrou em contato com sua equipe, há duas semanas, encomendando o look: um casaco bordado, de R$ 9.998, um top bordado, de R$ 2.998 e uma calça, no valor de R$ 3.998. Tudo em jeans.

"Eu não sabia de nada, não sabia quando ela usaria essas peças e não sabia que ela viria ao Brasil", diz Bonaldi à Folha, que se surpreendeu ao chegar em sua casa depois do trabalho e ver as fotos. Lá estava a artista, desembarcando de seu luxuoso jato para participar do evento que lançaria o filme da turnê "Renaissance", em Salvador, na Bahia.

Bonaldi afirma que Turni havia visto o look, que faz parte do catálogo da PatBo, durante o desfile da grife na edição passada da New York Fashion Week, em setembro. A empresária destaca o trabalho manual, marca definidora das três peças usadas por Beyoncé.

Além disso, o corte do casaco, ela afirma, valoriza as curvas de quem o veste, dando um ar de sensualidade. "É um jogo de esconde e mostra", afirma.

Embora Bonaldi tenha buscado dialogar com o que chama de casualização da moda, a roupa usada por Beyoncé não é menos opulenta. O top bordado, afinal, é todo incrustado por cristais.

Beyoncé é uma cliente antiga de Patrícia Bonaldi. No acervo pessoal da cantora, constam duas peças da PatBO. A proprietária diz não saber quais são, porque a artista nunca apareceu em público com as vestimentas.

Sabendo da preferência de Beyoncé pela marca brasileira, Turni entrou em contato com Bonaldi, quando a artista se preparava para iniciar a turnê "Renaissance", encomendando a preparação de outras duas peças, especialmente para os shows.

As criações deveriam dialogar com a estética da turnê e seguir as diretrizes apresentadas pela estilista da artista: um tom meio futurista, meio retrô e as cores num tom prateado.

Beyoncé já usou uma das peças, num show no Canadá. Era um body da marca, com franjas, bordados prateados --e mais pedrarias. Bonaldi não revela como é o segundo look e diz não saber quando a cantora o usará.

A PatBO se tornou a queridinha de outras estrelas da música. Em fevereiro, Camila Cabello usou um vestido da marca, na entrega do Grammy Latino. O busto do vestido, todo bordado de pérolas, demorou 40 horas para ficar pronto.

Jennifer Lopez, cantora, atriz e empresária, também vestiu a marca de Bonaldi, quando apresentou, em junho, uma nova campanha de sapatos, com a multimarcas internacional Revolve.

JLo usou dois vestidos. Um rosa dégradé com um portentoso bordado em forma de rosa no busto e outro mais chamativo, todo colorido, que deixa os lados da barriga à mostra. A lista de estrelas aumenta com os nomes de Sharon Stone, Alicia Keys e Ciara.

"Não sou eu que bato à porta da Beyoncé pedindo para que ela use as minhas roupas. Eu não vou até as celebridades. Elas que me procuram. Para isso, antes de tudo, você precisa ter um produto incrível", diz Bonaldi.

Com 15 lojas, sendo duas nos Estados Unidos -uma no Soho, em Nova York, e outra em Miami-, a PatBO foi fundada em 2002, quando ainda levava o nome completo de sua proprietária. Naquela época, a marca só fabricava vestidos para festas. Com o tempo, a grife mudou de nome, expandindo seu leque de atuação.

Atualmente, Bonaldi define a PatBO como uma marca de lifestyle. Ou seja, é possível comprar desde maiôs até vestidos de gala nas lojas. Embora haja looks para quase todas as ocasiões, a estilista mineira diz que o estilo de sua marca é bem definido, sempre apostando no trabalho manual e nas estampas florais.

Para 2024, ela deseja seguir expandindo a presença da marca no mercado internacional. "Temos um DNA facilmente reconhecido", afirma. "Vamos expandir nossa atuação sem perder a identidade brasileira."