Loucos por cinema: Colecionadores e cin?filos de Juiz de Fora falam sobre seus acervos e a presença dos filmes em suas vidas
Loucos por cinema
Colecionadores e cin?filos de Juiz de Fora falam sobre seus acervos e a
presen?a dos filmes em suas vidas
Rep?rter
07/04/2006
Para a maioria, o cinema ? mais uma forma de entretenimento entre v?rias. Para outros, as imagens em movimento na tela s?o uma verdadeira obsess?o. Comprar filmes, gravar sess?es da madrugada na TV, armazenar antigas fitas VHS com filmes dublados, ver e rever as obras do cora??o. Estas s?o algumas das atividades rotineiras dos aficionados por filmes, que guardam em suas intimidades manias e costumes aparentemente incomuns, mas muito particulares e com l?gica pr?pria.
A forma??o de Iury veio basicamente da televis?o. "Eu sou de uma
?poca em que a TV exibia muitos filmes cl?ssicos, de horror e at? alguns
ainda mudos", conta. Aos 15 anos, come?ou a freq?entar cineclubes em Juiz de
Fora e conheceu outros tipos de cinematografias - em especial, o
neo-realismo italiano dos anos 40, o nouvelle vague francesa dos 60 e
o Cinema Novo brasileiro. Ainda antes, o maior gosto de Iury era comprar
trilhas sonoras. "Na verdade eu sempre fui um colecionador de trilhas.
Chegava a ir ao Rio de Janeiro apenas para comprar alguns discos importados
que s? encontrava l?", diz, enumerando como favoritos os compositores Ennio
Morricone, Bernard Herrmann, John Williams e Miklos Rozs?. A liga??o com a
m?sica e o som era tamanha que Iury chegava a gravar apenas o ?udio dos
filmes em fitas cassete para ficar escutando depois. "E os di?logos eram
quase sempre dublados". Cole??o crescente, paix?o eterna Entre alguns de seus v?rios cineastas preferidos, est?o Alfred
Hitchcock, de quem Ronaldo tem praticamente toda a filmografia (composta
por 53 filmes) e por quem explica esse gosto pelo "dom?nio absoluto de todos
os aspectos do cinema, desde t?cnicos, narrativos e comerciais" que o
diretor ingl?s mantinha; e Woody Allen, pela capacidade de "inserir
coment?rios cotidianos e pessimistas de forma c?mica em um contexto sempre
inteligente". Recordes pessoais "Sou muito rotineiro. Acordo diariamente ?s 7h e j? vejo alguma coisa.
Depois vou trabalhar, volto, levo a namorada ? faculdade e venho pra casa
assistir a mais um filme. A?, mais tarde, vou busc?-la", conta Marcus, que
n?o abre m?o de programas sociais, mas v? no cinema a melhor das atividades
"isoladas". "Sempre fui meio sozinho, at? por ser filho ?nico. E o mundo
ilus?rio do cinema e as sensa?es que ele passa ? algo que me atrai", conta
o rapaz, que n?o cansa de ver e rever alguns filmes espec?ficos, como "O
Poderoso Chef?o", "Era Uma Vez na Am?rica" e "Os Sete Samurais", entre
dezenas de outros. "J? tive ficha em todas as locadoras de Juiz de Fora.
Teve ?poca em que eu percorria de bicicleta algumas mais afastadas, em
Benfica ou Santa Luzia, atr?s ?s vezes de um ?nico filme que eu queria ver e
sabia que tinha nesses lugares".
Seguindo caminho semelhante ao de Iury, o analista de sistemas Ronaldo
Gazolla Esther, 26 anos, vai aos poucos aumentando seu acervo de
colecionador fiel. S?o quase mil filmes estocados em casa, somando fitas
VHS, DVDs e grava?es de raridades em arquivos de v?deo. E novamente, a
forma??o cin?fila de Ronaldo vem da TV, desde os 12 anos. "Eu costumava ver
filmes com freq??ncia pela televis?o, ?s vezes gravando o que passava de
madrugada para assistir durante o dia. Apenas mais tarde criei o h?bito de
ir ao cinema", conta, relembrando que aprendeu a gostar de muita coisa por
conta do que via ao lado do pai.
N?o necessariamente um colecionador, o que destaca o banc?rio Marcus
Vin?cius Rodrigues Pacheco s?o os incr?veis n?meros relativos ao
hobbie cin?filo. Ele conta ter o costume de anotar todos os filmes
que assiste desde quando aprendeu a escrever, aos 7 anos. Desde ent?o,
passados 23 anos, Marcus contabiliza mais de 11 mil t?tulos
assistidos.