Mostra de Cinema de Tiradentes exibir? mais de 110 filmes
Mostra de Cinema de Tiradentes exibirá mais de 110 filmes
A programação da 15ª Mostra de Cinema de Tiradentes, a ser realizada entre os dias 20 e 28 de janeiro, foi divulgada. O evento exibirá 116 filmes, sendo 31 longas, um média e 84 curtas, premiados, estreias de jovens realizadores e pré-estreias mundiais.
A mostra recebe, nesta edição, curadores internacionais, que virão ao Brasil para conhecer a nova produção brasileira independente. São aguardados Anne Delseth, membro do Comitê de Seleção da Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes; Paolo Moretti, do Festival de Veneza; Federico Cote Veiroj, do Festival de Cinema de San Sebastian, na Espanha; Raymond Whalravens, do Festival Internacional de Amsterdam; e Sesi Bergeret, do L'Alternativa – Festival de Cinema Independente de Barcelona.
Além das atrações, ocorre também o 15º Seminário do Cinema Brasileiro que prevê a realização de 19 encontros com críticos especializados, diretores e o público, e sete debates temáticos, que abordam temas como o papel do ator no cinema brasileiro contemporâneo, o curta na era digital, o olhar estrangeiro sobre o cinema nacional, o panorama atual da crítica cinematográfica e a renovação do cinema brasileiro.
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Mostra Aurora
Há cinco anos, o evento apresenta a Mostra Aurora, dedicada exclusivamente a realizadores em início de trajetória, com até dois longas realizados. Desde então, saíram premiados filmes como Meu Nome é Dindi, de Bruno Safadi; A Fuga da Mulher Gorila, de Felipe Bragança e Marina Meliande; Estrada para Ythaca, dos irmãos Pretti e primos Parente; e Os Residentes, de Tiago Mata Machado.
Este ano, a Mostra Aurora apresenta sete novos longas que concorrerão ao prêmio de melhor filme concedido pelo Júri da Crítica e pelo Júri Jovem. São eles os cariocas Strovengah – Amor Torto, de André Sampaio, e HU, de Pedro Urano e Joana Traub Cseko; os brasilienses Entorno da Beleza, de Dácia Ibiapina, e A Cidade é Uma Só?, de Adirley Queirós; o mineiro Balança Mas Não Cai, de Leonardo Barcelos; o capixaba As Horas Vulgares, de Rodrigo de Oliveira e Vitor Graize; e o paulista Corpo Presente, de Marcelo Toledo e Paolo Gregori.
O Júri da Crítica será composto pelos críticos e pesquisadores Cezar Migliorin (UFF-RJ), Ruben Caixeta (UFMG-MG), Ramayana Lima (Unisul-SC), Andrea Ormond (crítica, SP) e José Carlos Avellar (crítico, RJ). Já o Juri Jovem é formado por estudantes universitários selecionados a partir da participação da oficina de análise crítica da linguagem cinematográfica, realizada na última edição da Mostra CineBH, e terá como representantes Bianca Rolff, Julio Cruz, Katiusca Alves, Leonardo Barros e Maria Navarro, todos entre 19 e 24 anos.
Mostras Olhares e Vertentes
Enquanto a Mostra Aurora representa a aposta em jovens realizadores com propostas bastante particulares de linguagem, as seções Olhares e Vertentes apresentam filmes já aguardados, seja pela carreira de seus realizadores, seja pela repercussão e premiação em outros festivais. É o caso dos seis longas da Mostra Olhares, a começar por Girimunho, de Helvécio Marins Jr. e Clarissa Campolina, que teve sua estreia no Festival de Veneza (onde levou o prêmio Interfilm) para depois seguir uma carreira premiada em festivais como San Sebastian, Mar del Plata, Nantes e Havana.
Fazem parte da programação da Mostra Olhares também Hoje, de Tata Amaral (cinco prêmios no último Festival de Brasília, incluindo o de Melhor Filme); Bruta Aventura em Versos, de Letícia Simões (que teve sua estreia na Première Brasil, no último Festival do Rio); Estradeiros, de Sérgio Oliveira e Renata Pinheiro (eleito Melhor Filme na última Semana dos Realizadores); O Homem Que Não Dormia, de Edgard Navarro (Melhor Ator Coadjuvante no último Festival de Brasília); e Olhe Pra Mim de Novo, de Kiko Goifman e Cláudia Priscilla (melhor documentário no Festival Mix Brasil).
Já a Mostra Vertentes apresenta a estreia mundial do longa Augustas, de Francisco César Filho, ao lado do premiado As Hiper Mulheres, de Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro (prêmio especial do júri e melhor montagem no Festival de Gramado); Djalioh, de Ricardo Miranda; Vou Rifar Meu Coração, de Ana Rieper; e Na Carne e Na Alma, longa póstumo de Alberto Savá.
Homenagens e novidades
O evento escolheu como tema O Ator em Expansão, que propõe uma valorização do ator no processo de criação do filme: o ator como ideia, como pensamento, e não apenas como corpo a cumprir um objetivo em cena. Dentro desse cenário, a mostra prestará homenagem ao ator Selton Mello.
Como parte da homenagem, o encontro sediará a primeira exibição pública de Billi Pig, novo longa do diretor José Eduardo Belmonte (também ele homenageado por Tiradentes em 2009), protagonizado por Selton Mello. Fazem parte ainda das homenagens ao ator e diretor os longas O Cheiro do Ralo, de Heitor Dhalia; Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho; A Erva do Rato, de Júlio Bressane; e O Palhaço, segundo longa-metragem dirigido pelo ator, além de Palhaço.doc, média-metragem sobre o processo de realização do filme, dirigido por Marcelo Pontes.
Novidade desta edição, a Mostra Praça reúne os filmes que serão exibidos ao ar livre, sempre um grande atrativo no evento. Compõem a programação deste ano Iván – De Volta Para o Passado, de Guto Pasko; O Mineiro e o Queijo, de Helvecio Ratton; Paraíso, Aqui Vou Eu, de Cavi Borges e Walter Daguerre; Roda, de Carla Maia e Raquel Junqueira; e O Carteiro, de Reginaldo Faria.
Encerrando a programação de longas, a tradicional Mostrinha, dedicada ao público infanto-juvenil, apresenta os longas Uma Professora Muito Maluquinha, de André Alves Pinto e César Rodrigues; Desenrola, de Rosane Svartman; e Rio, de Carlos Saldanha.
Seminário
Um dos principais espaços para a reflexão crítica sobre o cinema brasileiro no calendário audiovisual, a Mostra Tiradentes propõe um retorno a pontos que a definem e a caracterizam, por meio de uma série de debates do Seminário do Cinema Brasileiro: Ideias e Perspectivas.
Um exemplo é a mesa Renovação no Cinema Brasileiro, que pretende refletir sobre como se deu a renovação etária-geracional no cinema brasileiro, testemunhada por Tiradentes, e se ela delineou algum movimento estético ou estabeleceu novos olhares para o cinema brasileiro. Participarão da mesa realizadores surgidos nesse período e que tiveram suas produções exibidas em Tiradentes: Guto Parente, Bruno Safadi, Sérgio Borges e Marco Dutra, além da produtora Sara Silveira, com mediação do curador Cléber Eduardo.
É o caso também das duas mesas redondas intituladas Panorama Crítico da Crítica, que se aproveitam do fato de a Mostra Tiradentes ter sido o primeiro evento de cinema a reunir críticos de veículos impressos, acadêmicos e jovens revelados em sites e revistas virtuais para propor uma reflexão sobre a atuação da crítica cinematográfica nesse período e qual o seu olhar sobre essa produção da primeira década do século XXI. Participarão das mesas críticos de perfis e origens tão distintos quanto Luiz Carlos Merten, Fábio Andrade, Jean Claude Bernardet, Eduardo Escorel, Sérgio Alpendre, Andrea Ormond e Cássio Starling Carlos.
Outra vertente da programação de Tiradentes é a produção de curtas-metragens. Essa produção e suas perspectivas futuras serão discutidas na mesa O Curta na Era Digital, com a presença de Marco Aurélio, da Associação Curta Minas; William Winestrosa, curador do Festival Internacional de Curtas de São Paulo; Juliana Rojas, cineasta paulista; e Eduardo Valente, realizador e curador de curtas da Mostra Tiradentes entre 2007 e 2011.
Completam os encontros do Seminário do Cinema Brasileiro as mesas O Ator em Expansão — que contará com os atores João Miguel, Karina Teles e Marat Descartes, além do preparador de elenco Sérgio Penna, para discutir a temática desta edição — e A Política do Ator no Percurso de Selton Mello, que discutirá a carreira do homenageado da 15ª Mostra Tiradentes, com a presença do próprio, acompanhado da produtora Vânia Catani e do cineasta José Eduardo Belmonte.