Agentes de Pastoral Negros Grupo luta pelo fim do preconceito e
a inclus?o do negro e sua cultura na sociedade

Marcelo Miranda
Rep?rter
08/04/2006
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Combater o racismo e resgatar a import?ncia da cultura negra na hist?ria do Brasil s?o alguns dos objetivos da entidade Agentes de Pastoral Negros.

O grupo foi criado em 1983 a partir das Comunidades Eclesiais de Base, em Belo Horizonte, e hoje possui representa??o em 14 estados do pa?s e em dezenas de cidades - Juiz de Fora entre elas, atrav?s do grupo Irmandade Ax?.

O mucambo de JF ("mucambo" ? o nome dado aos grupos municipais; os estaduais e o nacional t?m a denomina??o de "quilombo") teve sua funda??o em 1997, j? numa ?poca em que os Agentes tinham boa representatividade e divulga??o por conta da Campanha da Fraternidade de 1988, cujo tema era Zumbi dos Palmares.

foto de Renato Um dos mebros fundadores do grupo na cidade, Renato Dem?trio Filho (foto ao lado), conta que, desde ent?o, a fun??o sempre foi a de conscientizar a comunidade - em especial do Bairro Santa Rita, onde eles atuam - sobre a presen?a do negro na sociedade.

"O nosso trabalho principal ? voltado ?s crian?as, que ainda est?o formando um pensamento e n?o possuem preconceitos estabelecidos. Mas tamb?m lidamos com adultos, tentando tirar deles pensamentos de racismo", afirma Renato.

As reuni?es do grupo s?o aos domingos, j? que cada um dos dez membros fixos possui outras atividades e dedicam parte de seu tempo tamb?m para a entidade. Nos encontros, s?o definidas metas e propostas a serem seguidas e cumpridas ao longo dos pr?ximos meses. "Em maio, vamos promover uma tarde cultural, inclusive, com apresenta??o de coreografias africanas", adianta.

As crian?as atendidas pelos Agentes de Pastoral Negros, em Juiz de Fora, v?m de pessoas da pr?pria comunidade. Elas participam de conversas, din?micas e brincadeiras did?ticas para aprenderem sobre a hist?ria, cultura e costumes negros, tendo sempre a no??o de cor da pele como mais um elemento do cotidiano, e n?o algo fora do padr?o.

"Temos catequistas que nos ajudam nesses trabalhos de educa??o. Mexemos com o ego das crian?as, ensinando-as a valorizar os outros e valorizar a si mesmas", explica Renato, que enumera, pelo menos, 30 participantes do projeto, atualmente.

Resultados com o tempo

Por?m, o desenvolvimento desse projeto infantil teve de ser interrompido em meados de 2005 por dificuldades financeiras e operacionais. "T?nhamos uma professora que n?o p?de continuar conosco, ent?o, pararamos com as crian?as por um tempo".

Mesmo assim, a Irmandade seguiu ativa, com celebra?es religiosas ? Nossa Senhora do Ros?rio (protetora dos negros), tardes de conscientiza??o sobre o Dia da Consci?ncia Negra e cronogramas com novas id?ias, al?m de tentar espalhar seus conceitos nos ?rg?os oficiais. Renato, por exemplo, ? volunt?rio no Conselho Municipal para Valoriza??o da Popula??o Negra, ?rg?o da prefeitura voltado a pol?ticas p?blicas para a inclus?o do negro.

foto de Renato "O preconceito ainda existe, mas as pessoas est?o cada vez mais preparadas para lidar com isso", afirma ele. "Com as leis que inibem o crime racial, n?o ? mais t?o comum o tratamento diferenciado ao negro e a discrimina??o expl?cita. Mas tudo leva tempo. Nosso pa?s tem 506 anos de hist?ria, e a escravid?o s? acabou h? quase 120 anos. S? agora podemos come?ar a ver resultados pr?ticos".

Renato destaca que entidades como a Agentes de Pastoral Negros tem um papel fundamental nesse processo. "A conquista dos direitos n?o ? imediata, mas ela vir?".

Para ajudar

A unidade local dos Agentes de Pastoral Negros se auto-sustenta atrav?s de venda de rifas, promo?es, sorteios, festas e doa?es. "Mas nem sempre a ajuda financeira ? o mais importante. ?s vezes, preferimos ajudas de quem tenha algo da pr?pria forma??o a oferecer. Professores, psic?logos ou gente com outras especialidades que possam dedicar alguma parte de seu tempo aos nossos trabalhos s?o muito bem-vindas".

Renato tamb?m convida qualquer interessado a conhecer o funcionamento da entidade para depois avaliar em que e como pode ajudar. Os telefones de contato s?o (32)3221-1544 e 9904-4858.



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