Em busca de espa?o nas faculdades
Na Associa??o ds Cegos de Juiz de Fora, onze de seus assistidos
est?o cursando alguma faculdade
Rep?rter
20/02/2008
O acesso ao ensino de qualidade ? um privil?gio garantido por lei ? todo cidad?o brasileiro. Refor?ando isto, a portaria n?mero 3284 do Minist?rio da Cultura, de Novembro de 2003, assegura o direito ? educa??o em todos os n?veis aos portadores de defici?ncia.
Em Juiz de Fora, ? poss?vel observar o esfor?o de pessoas com defici?ncia visual para usufruir do que ? garantido por lei: o acesso ao ensino superior. Atualmente, 11 assistidos pela Associa??o de Cegos, da cidade, est?o cursando faculdade. Os cursos escolhidos s?o variados como Comunica??o Social, Pedagogia e Psicologia.
Segundo a Gerente de Marketing da Associa??o, Gisele Alves, essa nova realidade s? foi poss?vel gra?as ao apoio de uma equipe pedag?gica formada por cerca de 40 pessoas, entre professores e estudantes universit?rios volunt?rios, que fazem parte do projeto "Aprender para ser"
, comandado pela pedagoga Edi Caiafa, que estimula o interesse dos deficientes pelo estudo, atrav?s de leitura de textos e outras atividades.
"O projeto ajudou ao portador de defici?ncia visual a ter uma inclus?o social verdadeira atrav?s da inser??o no mercado de trabalho com qualidade e dignidade"
, comemora Gisele.
Segundo a gerente, outro fator que possibilitou o aumento do n?mero de estudantes cegos nas institui?es de ensino superior de Juiz de Fora foi a quantidade de faculdades em JF. "O maior n?mero institui?es permitiu o crescimento do projeto. Agora existem mais vagas em disputa, logo aumenta as chances de nossos assistidos"
, relata.
Ela tamb?m ressalta que os estudantes recebem bolsas de estudo que, quando n?o s?o integrais, contam com o aux?lio de outros projetos da institui??o que complementam os custos, de forma a isentar o estudante de gastos.
Em busca de um futuro melhor
Um exemplo dessa nova perspectiva para os deficientes da cidade ? Jos? Luiz Souza Silva, rec?m formado em Hist?ria. Jos? conta que a gradua??o abre uma nova perspectiva em seu futuro profissional e at? mesmo educacional. "O estudo n?o termina nunca, planejo agora me preparar para um concurso e fazer fazer minha p?s-gradua??o"
, relata o historiador.
Mesmo com todo esfor?o, a vida educacional de pessoas com defici?ncia visual ? repleta de obst?culos. O maior desafio est? na obten??o do material did?tico necess?rio para o aprendizado. Todo conte?do utilizado em aula tem que ser convertido para o sistema braile, para isso ? necess?rio obter uma c?pia digital dos livros, apostilas, entre outros, ou ent?o que este material seja digitado em um computador para que uma impressora especial fa?a a convers?o. "Meu problema maior realmente foi com o material de ensino, o ideal seria receber as fotoc?pias em d?squetes ou cd's, facilitando a convers?o para braile"
.
Solidariedade ajudando a educa??o
Outro obst?culo na forma??o superior do deficiente visual est? no despreparo das institui?es para atender suas necessidades especiais. "Quando eu entrei no ano passado, eu era a ?nica deficiente visual em minha faculdade. Pude perceber algumas dificuldades dos professores, que com o tempo foram superadas"
, conta Sueli Varela, estudante do segundo per?odo de psicologia.
Outro importante fator neste processo de inclus?o social ? o apoio dos companheiros de turma. "A gente utiliza v?rios recursos na nossa adapta??o, como gravador, o reglet (intrumento utilizado para anota?es em braile), mas, o apoio dos companheiros ? fundamental para nossa rela??o com os professores e com o faculdade como um todo"
, ressalta a estudante, que sonha em trabalhar com a educa??o de jovens e adultos.
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