Petrobras paga nesta quarta 1ª parcela dos dividendos de R$ 87,8 bilhões

Por LUCAS BOMBANA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Petrobras paga nesta quarta-feira (31) aos seus acionistas a primeira parcela dos dividendos referentes ao segundo trimestre de 2022, que somam um valor total de R$ 87,8 bilhões, ou cerca de R$ 6,73 por ação.

O pagamento será feito em duas parcelas de R$ 43,9 bilhões, correspondente a R$ 3,36 por ação ordinária e preferencial, com a segunda parcela prevista para ser paga em 20 de setembro.

Terão direito ao pagamento aqueles acionistas que tinham ações da empresa na data de 11 de agosto.

Maior acionista da empresa, a União terá direito a cerca de R$ 25 bilhões do montante total a ser distribuído via dividendos pela petroleira.

O governo tem 28,7% do capital total, mas controla a empresa por ter 50,2% das ações ordinárias.

No final de julho, o governo solicitou às principais estatais federais -Petrobras, BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal- que antecipassem parte dos dividendos que seriam pagos apenas em 2023, retirando receitas que seriam recebidas pelo próximo mandato.

Em meio à forte alta do petróleo verificada nos primeiros meses do ano, levantamento da gestora de recursos global Janus Henderson indicou que a Petrobras foi a empresa que pagou os maiores dividendos entre todas as companhias listadas em bolsa no mundo no segundo trimestre de 2022.

Além disso, um estudo da plataforma TradeMap apontou também que a Petrobras é a empresa que mais remunerou os investidores via pagamento de dividendos entre as ações listadas na Bolsa brasileira em 2022, até julho.

Embora o tamanho do valor pago desperte a atenção dos investidores, especialistas assinalam que fazer o investimento nas ações da empresa com o foco apenas no curto prazo, pensando somente em receber os dividendos, pode não valer a pena.

Isso porque, no dia seguinte à data de corte estabelecida pela Petrobras, ou seja, 11 de agosto, o valor das ações é automaticamente descontado pelo valor correspondente do dividendo distribuído por ação.

"O valor financeiro detido pelo investidor não muda, o que ocorre é apenas uma distribuição em cima daquele montante que ele tem investido na ação", explicou Bruce Barbosa, sócio da casa de análise de investimentos Nord Research.

Após a forte queda verificada na véspera acima de 5%, com o temor crescente do mercado sobre a demanda por petróleo em um cenário de possível recessão global esperado à frente, as ações da Petrobras têm uma sessão de ajuste nesta quarta. Por volta das 11h30, as preferenciais avançavam 1,3%, enquanto as ordinárias tinham valorização de 1,6%.