Projeto que aumenta limite do MEI para R$ 144,9 mil avança na Câmara
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara aprovou nesta quarta-feira (31) o projeto de lei complementar que atualiza as faixas do Simples Nacional e permite que o microempreendedor individual mantenha contrato com até dois empregados.
O parecer favorável à admissibilidade do texto, elaborado pelo deputado Darci de Matos (PSD-SC), foi aprovado em votação simbólica na CCJ, principal comissão da Câmara. Agora, segue para o plenário, onde deve ser votado apenas após as eleições.
O projeto original, do senador Jayme Campos (União-MT), ampliava o teto de enquadramento como MEI (microempreendedor individual) de R$ 81 mil para R$ 130 mil anuais. Na CFT (Comissão de Finanças e Tributação) da Câmara, o deputado Marco Bertaiolli (PSD-SP) fez um substitutivo aumentando o valor para R$ 144.913,41.
Além de aumentar o valor de receita bruta anual para MEI, o texto também amplia outras faixas. Para microempresas, o limite passa de R$ 360 mil para R$ 869,5 mil. No caso de empresas de pequeno porte, sai de R$ 4,8 milhões para R$ 8,7 milhões.
O texto prevê que todas as faixas sejam atualizadas anualmente pelo IPCA, índice oficial de inflação.
O projeto permite que o MEI possa contratar até dois empregados, desde que eles recebam, cada um, exclusivamente um salário mínimo ou o piso salarial da categoria profissional. Hoje, o microempreendedor individual pode contratar um empregado.
Caso funcionários do MEI precisem se afastar legalmente, será permitida a contratação de empregados em número equivalente ao dos que foram afastados até que terminem as condições do afastamento.
Em nota, Bertaiolli afirmou que o texto leva "justiça, atrasada há anos, ao segmento que mais gera empregos no país".
"Desde a criação do Simples Nacional, nunca houve uma atualização dos limites de enquadramento por um índice oficial -no caso do projeto, simplesmente aplicamos o IPCA, a inflação oficial do Brasil", afirmou.
"Não podemos, como legisladores e fomentadores do empreendedorismo, negar o progresso e a desburocratização do ambiente de negócios no Brasil. Precisamos, sempre, dar segurança jurídica e todas as condições para que os micro e pequenos negócios floresçam no país."
O Ministério da Economia é contrário à proposta por seu impacto na arrecadação do governo. Os estados também tendem a se opor à medida devido à perda de receitas.
Quanto maior é o limite de faturamento do Simples, maior é o número de empresas que recolhem tributos pelo regime especial. Isso resulta em uma carga tributária menor ao contribuinte e menor arrecadação para o governo.
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MUDANÇAS NAS FAIXAS
- MEI: passa de R$ 81 mil para R$ 144.913,41
- Microempresa: passa de R$ 360 mil para R$ 869.480,43
- Empresa de pequeno porte: passa de R$ 4,8 milhões para R$ 8.694.804,31