Pilotos e donos de avião contestam companhias aéreas após caos em Congonhas
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Donos de aviões e pilotos não gostaram da proposta das grandes companhias aéreas, feita à Infraero por meio da associação Abear, de restringir os aviões pequenos na pista principal de Congonhas para evitar novos episódios de caos no aeroporto.
Depois que a Abear sugeriu a medida na segunda (10), a Aopa Brasil (Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves) reagiu dizendo que a Abear, que reúne empresas como Latam e Gol, não entende nada do negócio.
"Como ocorre em situações de apelo junto à opinião pública, ignorantes no assunto e demagogos surgem com opiniões estapafúrdias. Essas opiniões, sem conexão com a realidade, acabam se mostrando infundadas e não resultam em nada além de confusão. Agora, ao que parece, a Abear surge com a mesma ideia que os leigos tiveram na época de acidentes com aeronaves da aviação comercial em Congonhas", diz a Aopa.
Janela?Eduardo Sanovicz, da Abear, afirma que a convivência com a aviação geral (que abrange helicópteros e jatinhos particulares) é possível, desde que se respeite a capacidade declarada de dois aviões na pista principal e seis na auxiliar por hora. Também ressalva que quem opera precisa ter instrumentos de contingência para acelerar a solução do problema, evitando cancelamento de voos em cascata.
O caso desencadeou prejuízos de R$ 15 milhões pelas estimativas da Abear. Questionada pela reportagem sobre quem pagará a conta, a Infraero afirma que "uma análise pormenorizada deve ser feita para as ações posteriores". O setor ainda avalia medidas para pedir indenização.