Agricultores do Sul usam fogo para salvar lavouras da geada
CAMPINAS, SP (FOLHAPRESS) - Agricultores do Sul do país têm usado fogo para evitar prejuízos nas lavouras e controlar perdas com as geadas. A fruticultura, segundo o MetSul Metereologia, é um dos setores mais afetados pelo frio intenso e fora de época neste começo de novembro, com registros de geada e até queda de neve no Sul do Brasil.
O frio intenso e uma forte massa de ar polar que atingiram Santa Catarina foram os responsáveis pela neve que caiu na manhã de terça-feira (1º) na Serra de Urubici. O fenômeno nunca havia sido registrado no mês de novembro e deixou a temperatura negativa em -0,4° C, mas com a sensação térmica de -20° C.
De acordo com o Metsul, o frio tardio e intenso neste ano compromete parte da safra e traz prejuízo aos agricultores.
Em São Joaquim (SC), os produtores fizeram diversas fogueiras entre os pomares de maçãs durante a madrugada para tentar salvar a produção.
O MetSul afirma que a técnica foi usada em outros lugares do estado, como na cidade de Curitibanos, onde foram acesas cerca de 140 fogueiras entre as videiras da vinícola Berto Aguiar.
A técnica, aplicada para evitar o congelamento das frutas e aumentar a temperatura no local, foi usada na madrugada de quarta-feira, quando a temperatura chegou a 1º C, medido na estação da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
"Nossos vinhedos, na madrugada do dia 2 de novembro foram palco da temida geada fora de época", publicou a vinícola em uma rede social.
Segundo o MetSul, há relatos de prejuízos, ainda não contabilizados, em lavouras de milho e trigo no Rio Grande do Sul e no Paraná.
Na sexta, as temperaturas ficaram abaixo de 1º em municípios de Santa Catarina, como São Joaquim (-0,7ºC), Urubici (0,2ºC), e no Rio Grande do Sul, como em São José dos Ausentes (0,4ºC).