Acompanhe a cotação do dólar nesta sexta
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar tinha pouca alteração frente ao real nesta sexta-feira (17), com investidores na expectativa pela divulgação do novo arcabouço fiscal do Brasil enquanto monitoram os temores globais sobre o setor bancário.
Às 9:11 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,03%, a R$ 5,2373 na venda.
Na B3, às 9:11 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,02%, a R$ 5,2510.
O Banco Central fará neste pregão leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de maio de 2023.
Nesta manhã, saíram os dados de desemprego da Pnad Contínua do trimestre finalizado em janeiro, quando a taxa de desemprego ficou em 8,4%. O resultado é o menor para esse período desde 2015, informou nesta sexta o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Outra "estreia" do novo governo será no IBC-Br de janeiro, indicador de atividade econômica medido pelo BC (Banco Central).
No exterior, além dos bancos, os investidores ficam atentos também ao indicador de inflação ao consumidor da Zona do Euro, um dia depois do aumento de 0,50 ponto percentual nos juros promovido pelo BCE (Banco Central Europeu).
A Bolsa fechou em alta e o dólar em queda nesta quinta-feira (16), seguindo a tendência vista nos mercados americano e europeu. A ajuda ao Credit Suisse, anunciada na noite de quarta-feira (15), e à tarde, a confirmação do auxílio de grandes bancos americanos ao First Republic Bank serviram para injetar otimismo no mercado. A expectativa de que o BC (Banco Central) comece a cortar os juros nos próximos meses também ajudou.
O Ibovespa fechou o dia em alta de 0,73%, a 103.433 pontos. O dólar comercial à vista encerrou com queda de 1,05%, a R$ 5,238, depois de bater na cotação de R$ 5,31 no começo do pregão.
No mercado de juros, as taxas tiveram altas moderadas, com os investidores reagindo à decisão do BCE (Banco Central Europeu) de aumentar em 0,50 ponto os juros na Zona do Euro. Se esperava que as autoridades monetárias de Estados Unidos e Europa pudessem aliviar a tendência de aperto da política monetária com a crise bancária, mas isso não se confirmou.
Nos contratos com vencimento para janeiro de 2024, a taxa avançou dos 12,96% ao ano no fechamento desta quarta-feira para 13,03%. Para janeiro de 2025, os juros subiram de 12,07% para 12,16%. No vencimento de janeiro de 2027, a taxa avançou de 12,52% para 12,58%.
A ação do Credit Suisse, negociada na Bolsa de Zurique, chegou a subir mais de 40% no começo do dia, mas fechou em alta de 19,15%.
O banco anunciou nesta quarta que irá tomar emprestado cerca de US$ 54 bilhões (50 bilhões de francos suíços, ou R$ 284 bilhões) do Swiss National Bank (SNB, o banco central da Suíça), em uma medida que chamou de "ação decisiva" para fortalecer sua liquidez.
Na tarde desta quinta-feira, a agência Bloomberg noticiou que tanto o Credit Suisse quanto seu maior concorrente na Suíça, o UBS, são contra uma fusão combinada entre os dois bancos. Segundo as informações, o UBS está resistente em assumir os riscos da operação do rival.
Nos Estados Unidos, a ajuda para um banco de médio porte em dificuldade vem do próprio setor. Segundo informações do The Wall Street Journal, um grupo de 11 grandes instituições do país depositaram um total de US$ 30 bilhões no First Republic Bank. A operação foi confirmada pelas autoridades econômicas do país, incluindo o Fed (Federal Reserve, o banco central americano).
Este movimento de salvação dos bancos no exterior ajudou os principais índices de ações globais nesta quinta. Em Nova York, o Dow Jones fechou em alta de 1,17. O S&P 500 avançou 1,76%, e o Nasdaq subiu 2,48%.
Na Europa, o índice Euro Stoxx 600 fechou o dia em alta de 1,19%. O FTSE 100, em Londres, teve avanço de 0,89%. Em Paris, o índice CAC 40 subiu 2,03%, e em Frankfurt, na Alemanha, o DAX fechou o dia com ganhos de 1,57%.
No Brasil, continua a expectativa pela divulgação do novo arcabouço fiscal. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com quem teve um jantar nesta quarta-feira sobre o arcabouço fiscal e a reforma tributária. "O ministro conta com a simpatia dos líderes da Câmara, com a boa vontade em ouvi-lo e prestigiá-lo", disse.
O objetivo do ministro é que a proposta para as novas regras fiscais se tornem públicas antes da próxima reunião do BC (Banco Central) sobre juros, que termina na próxima quarta-feira (22).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já sinalizou que vai divulgar o novo arcabouço fiscal antes de sua viagem para a China, marcada para o dia 24.
Mesmo assim, as altas moderadas das taxas futuras nesta quinta reforçam a expectativa de que a Selic comece a baixar nos próximos meses.