Empresários elogiam Reforma Tributária e enfatizam benefícios de longo prazo

Por STÉFANIE RIGAMONTI

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Empresários de grandes empresas brasileiras comemoraram a aprovação da Reforma Tributária na Câmara na madrugada desta sexta (7), argumentando que a matéria trará benefícios duradouros para o Brasil no longo prazo.

Presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco disse que a aprovação da matéria é uma boa notícia para todos os brasileiros. "Ela representa a perspectiva de que podemos superar o grande desafio do crescimento de longo prazo, sustentável e robusto", afirmou.

Segundo o empresário, o modelo de reforma que passou na Câmara simplifica e desburocratiza o processo para os contribuintes, mas mantém a carga tributária atual.

"O sistema tributário brasileiro, considerado um dos mais complexos do mundo, ganha frescor e modernidade", disse. "Com a reforma, o sistema perde complexidade e ganha em eficiência e transparência", completou.

Trabuco destacou que, na atualidade, as empresas gastam um tempo precioso para seguir corretamente regulamentos referentes ao pagamento de tributos. " Além de oneroso, gerava insegurança jurídica".

O presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, também elogiou as medidas aprovadas, argumentando que elas indicam uma reforma técnica e que ataca um ponto central no Brasil: a simplificação tributária.

"Pelo que vimos até aqui, os benefícios da reforma estão concentrados em médio e longo prazos, considerando o tempo de implementação e os impactos das medidas. Esse olhar de futuro é fundamental, pois fortalece um compromisso de simplificação e eficiência longevo e contínuo", destacou.

Sem citar os movimentos do governo para aumentar a arrecadação, Maluhy disse que a reforma é um contraponto positivo a uma agenda de curto prazo, voltada exclusivamente para a geração de receita, com aumento de impostos.

Segundo o executivo, concentrar esforços apenas nisso resultaria em um efeito contrário, "com perda de competitividade e redução de investimentos em um país cuja carga tributária já é bastante relevante".

Ex-governador de São Paulo, o empresário João Doria também elogiou o resultado da votação na Câmara. "A proposta da Reforma Tributária revisada, como foi votada na Câmara dos Deputados, está majoritariamente adequada ao país. Ela vai melhorar o ambiente produtivo e de negócios no Brasil ", comentou.

Doria indicou que não está de acor do com 100% do texto, mas ponderou que pior seria se a matéria não tivesse sido aprovada. "Poderia ser uma proposta melhor, mas entre o bom e o impossível, melhor ficar com o bom".

O diretor-presidente do BTG Pactual, Roberto Sallouti, disse que a Reforma Tributária é uma das medidas econômicas importantes para o Brasil conseguir reduzir o custo de crédito e se posicionar de forma mais competitiva no cenário internacional.

"O Brasil possui uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo, com um sistema bastante complexo, e é necessário avançar nessa simplificação", comentou.

"Para tanto, aprovar a Reforma Tributária e ampliar a eficiência dos gastos públicos são pontos fundamentais para o aumento da produtividade da economia e tornar o ambiente de negócios ainda mais favorável", completou.

O empresário Jorge Gerdau, atualmente presidente do Conselheiro Superior do Movimento Brasil Competitivo, enxerga um novo horizonte no Brasil com a aprovação da reforma.

"Nosso país dá um passo importante para se tornar mais competitivo frente às principais economias mundiais. Temos diversas riquezas e recursos naturais como grande diferencial, e que podem assegurar vantagens em mercados globais", avaliou o ex-presidente do Grupo Gerdau.

"Agora temos um novo horizonte, esperamos uma redução do Custo Brasil e a melhoria do país na concorrência global".

Para o empresário Atilio Rulli, que faz parte do Conselhão e é vice-presidente de Relações Públicas da Huawei na América Latina e Caribe, a aprovação da reforma foi um evento histórico.

"Ela reuniu forças políticas em prol de uma legislação tributária que seja mais justa e mais adequada às necessidades da população brasileira e do Estado brasileiro neste momento", afirmou.

"Em minha avaliação foi também uma grande manifestação democrática em prol do interesse público e do desenvolvimento do país", acrescentou.