Dólar ronda estabilidade com dados positivos na China e expectativa sobre Fed
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar operava próximo à estabilidade logo após a abertura nesta sexta-feira (15) com a divulgação de novos dados positivos sobre a economia da China. A produção industrial e as vendas no varejo do país cresceram num ritmo mais rápido em agosto, tranquilizando investidores.
Houve, porém, queda nos investimentos do setor imobiliário, o que ainda deixa o mercado em alerta. O setor foi um dos principais pilares do crescimento chinês nos últimos anos e apresentou sinais de desgaste no mês passado, ameaçando minar uma série de medidas de apoio econômico do país.
Sem a previsão de indicadores relevantes e após uma semana movimentada, o mercado agora aguarda a reunião de política monetária do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) da semana que vem, na qual espera-se uma manutenção do atual nível de juros dos Estados Unidos, de 5,50%.
Às 9h43, o dólar caía 0,09%, praticamente estável aos R$ 4,867.
Na quinta (14), a Bolsa brasileira registrou forte alta e o dólar caiu com apoio de um ambiente externo favorável ao risco e da alta das commodities. Como pano de fundo, investidores repercutiram o anúncio de novos estímulos econômicos na China, enquanto temores sobre a desaceleração do país, que derrubaram mercados globais no mês passado, se dissipam.
O otimismo com a China impulsionou principalmente as empresas de mineração do Brasil, como Vale e CSN Mineração, que foram o principal apoio da Bolsa nesta quinta. O barril do petróleo também registrou alta significativa e atingiu seu maior valor do ano, beneficiando empresas como Petrobras e PetroRio.
Nesse cenário, o Ibovespa teve avanço de 1,02%, fechando aos 119.391 pontos, em seu maior patamar em mais de um mês. Já o dólar caiu 0,90% e terminou o dia cotado a R$ 4,872, na contramão do exterior, pressionado pelo ganho de força de países exportadores de commodities.
As ações da Vale tiveram forte alta de 4,09%, beneficiadas, também, por uma elevação de recomendação de compra de seus ADRs, recibos de empresas brasileiras no mercado americano, pelo JPMorgan.
Outras empresas do setor de mineração também registraram desempenho positivo: a Companhia Siderúrgica Nacional e a CSN Mineração subiram 3,82% e 3,26%, respectivamente, e ficaram entre as maiores altas da sessão.
Já o barril de petróleo atingiu sua máxima do ano e atingiu os US$ 94, em meio a perspectivas de redução de oferta após o anúncio de cortes feito pela Rússia e pela Arábia Saudita. Com isso, a Petrobras registrou alta de 2,54% em suas ações preferenciais e de 2,94% nas ordinárias.
Os maiores ganhos do dia, no entanto, foram da Bradespar, com ganho de 5,21% após também ter sido elevada pelo JPMorgan.
Na outra ponta, o destaque negativo do pregão foi o Grupo Casas Bahia, ex-Via, que precificou sua oferta de ações em R$ 0,80, desconto de quase 28% em relação ao preço de fechamento do papel no pregão da última quarta, de R$ 1,11.
Com isso, a empresa levantou cerca de R$ 623 milhões, abaixo dos R$ 981 milhões previstos inicialmente, e terminou o dia em queda de 18,91%, liderando os tombos da sessão.
Nos EUA, os principais índices de Wall Street operavam em alta, com a manutenção das apostas de que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) deve manter as taxas de juros do país inalteradas em sua próxima reunião. O S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq subiram 0,84%, 0,96% e 0,81%, respectivamente.